Graça Freitas não viu “situações catastróficas” em Portimão

A diretora-geral da Saúde considera que não irá “surgir algum acontecimento muito dramático” após a realização da prova de Fórmula 1 no Algarve

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LUSA/TIAGO PETINGA

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) recusou que a organização do Grande Prémio (GP) de Fórmula 1 de Portugal, que decorreu no Algarve, tenha sido “catastrófica”, mas apelou à responsabilidade dos cidadãos para que respeitem as recomendações sanitárias.

“Houve coisas que correram bem e outras menos bem. E ambas foram visíveis”, começou por dizer a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, quando questionada sobre o eventual incumprimento das regras de distanciamento nas bancadas do autódromo do Algarve, que este fim de semana recebeu o GP de Portugal.

Na conferência de imprensa regular de actualização dos números da covid-19 em Portugal, Graça Freitas recordou que a DGS faz “recomendações” e, depois, confia “na fiscalização e na organização” dos eventos, sendo que, no caso do GP de Portugal, houve “alguma discrepância entre as recomendações e a capacidade de organizar todas as bancadas e fiscalizar”.

“Observei, de vários ângulos e diferentes formas, a distribuição do público nas bancadas e, na sua maioria, o público estava com a distância necessária e usava máscara. No entanto, são lições aprendidas para o futuro. Se calhar, nos próximos tempos, para controlar os imponderáveis, teremos de ter menos gente nos eventos”, afirmou.

De resto, considerou que existe uma “co-responsabilidade” de várias partes para o bom funcionamento dos eventos, a começar pelos próprios cidadãos.

“Nós é que temos de ter cuidado em manter a distância. Se um banco tem lá um autocolante a dizer “não se sente aqui”, era bom que não se sentassem ali. Há, aqui, uma co-responsabilidade. Nossa, enquanto cidadãos, alguma da organização [do evento] e também da DGS. De qualquer forma, não me parece que a situação tenha sido catastrófica. Não penso que dali vá surgir algum acontecimento muito dramático”, vincou.

Por outro lado, a directora-geral da Saúde referiu que “desde o início desta epidemia, o Algarve tem sido uma região muito pouco afectada” e salientou que o autódromo de Portimão tem condições de segurança e de acesso “que impedem encontros grandes entre pessoas”.

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