Cartas ao director

Oportunista, chantagista e criminosa

A generalidade dos portugueses reconhece a importância crucial dos enfermeiros e da sua contribuição fundamental para o bom funcionamento, quer do SNS, quer dos hospitais privados. Conhecem igualmente a boa imagem que granjearam nos países para onde um número significativo de enfermeiros foi obrigado a emigrar nos tempos da troika. Sabe-se igualmente que, tal como os médicos e muitos outros profissionais de saúde e não só, têm salários baixos, se comparados com os praticados na generalidade dos países europeus. É igualmente fácil compreender, como depois de vários meses de pandemia, devem andar exaustos e cansados.

Dito isto, e na altura em que o maldito vírus se “encarniçou” e é assustadora a evolução do número de infectados (esta semana ultrapassou-se os 3 mil casos), é completamente descabida a marcação de uma greve de 5 dias em Novembro anunciada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses. Descabida, porque revela uma mistura venenosa de oportunismo e chantagem que vem turvar a boa imagem que a classe tem aos olhos dos portugueses. É como se no meio de uma guerra, um batalhão se recusasse a enfrentar o inimigo para melhorar o “pré”. Classifiquei este anúncio de greve como oportunista e chantagista, porque ainda acredito que ela não se venha a realizar. Se me enganar e a greve se efectivar, é de uma acção absolutamente criminosa que estamos a falar. Se caírem na esparrela deste sindicato, os bons profissionais perderão rapidamente o prestígio que ao longo de tanto tempo levaram a construir.

Helder Pancadas, Sobreda

Rio e o Orçamento do Estado

O chefe do maior partido da oposição, que foi presidente da Câmara Municipal do Porto e de quem muitos gostaram e acharam ter feito um “trabalho brilhante” - não é o caso de quem isto escreve, mas também em nada conta -, viu agora na discussão do Orçamento do Estado, que em tempos de covid-19 deveria “passar”, mesmo com deputados a “morder” a língua, a sua oportunidade de sobressair, votando contra.

O maior partido da oposição, que deviera voltar já ao seu primitivo nome, dado que de social-democrata nada tem, está a querer “olhar para si mesmo” e só para si mesmo. São jogadas que para o próprio podem vir a resultar. Mas são péssimas para o país em tempo de covid-19.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

TGV Lisboa-Porto

Olhando para as duas capas do Publico (de 22/10/2020 e a de 6/07/1999) não posso deixar de pensar: mudam-se os tempos mas não mudaram as vontades. Trata-se de mais uma noticia propagandística sem consequência? Desta vez é que é? Ou é apenas mais uma promessa “politica”? Gostava bem que houvesse mais acção política do que propaganda. ​

José Sousa Oliveira, Porto

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