Câmara do Porto muda de ideias e encerra cemitérios nos dias 31, 1 e 2

Pesou a decisão, anunciada pelo Governo na quinta-feira, de proibir a circulação entre concelhos entre as 00h00 do dia 30 e as 23h59 do dia 3.

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Paulo Pimenta

Até esta sexta-feira, quem telefonasse para o Cemitério de Agramonte a perguntar se podia lá ir pelo Dia de Todos os Santos ou pelo Dia dos Fiéis Defuntos recebia a informação de que sim, que as portas se manteriam abertas. A partir de amanhã, ouvirá outra resposta. A Câmara do Porto mudou de ideias.

A informação foi avançada pelo gabinete de comunicação esta sexta-feira. O Porto, afinal, vai seguir o exemplo de outros concelhos da área metropolitana, como Matosinhos, Gondomar, Vila do Conde ou Póvoa de Varzim, e impedir as tradicionais visitas de homenagem aos mortos com orações, velas e flores.

“Estávamos a trabalhar há mais de dez dias numa estratégia para poder ter os cemitérios abertos”, diz Rui Moreira, num vídeo publicado pouco depois das 17h desta sexta-feira na sua conta oficial de Facebook. A ideia era “ter uma organização que permitisse ir lá com todas as condições de segurança”, como aconteceu na Feira do Livro e noutros eventos. Tudo mudou com a decisão, anunciada pelo Governo na quinta-feira à tarde, de proibir cruzar concelhos entre as 00h00 do dia 30 e as 23h59 do dia 3. “Não tive alternativa”, afiança. Os recursos antes disponíveis para os cemitérios, como a polícia municipal, estarão “ao serviço dessa nova missão”.

Na sua alçada estão o Cemitério de Agramonte, na zona da Boavista, e o Cemitério de Prado Repouso, no Bonfim, que inclui o Crematório. A decisão foi concertada com as juntas de freguesia, que gerem outros cemitérios da cidade. Os cemitérios estarão encerrados nos dias 31, 1 e 2. A partir deste sábado, o horário será alargado meia hora no princípio do dia e meia hora no final do dia (8h às 17h30).

A Conferência Episcopal Portuguesa pediu às autarquias e juntas de freguesia para manterem os cemitérios abertos, ainda que com “medidas suplementares de protecção”. Mais e mais autarquias, porém, optam por encerrar as portas.  Algumas, como a Câmara de Lisboa, continuam sem assumir uma posição. O gabinete de comunicação da capital foi dizendo, ao longo da semana, que quando houvesse uma decisão a comunicaria.

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