Importação de computadores portáteis atinge recorde em Abril na UE

Crise pandémica aumentou o teletrabalho e o estudo em casa, levando aquisição de portáteis a novos máximos. Portugal registou um crescimento de 22% até Julho.

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rui gaudencio

Com a declaração de crise pandémica em Março e confinamento parcial ou generalizado nos meses seguintes na maior parte dos países europeus, os cidadãos, que puderam, continuaram a trabalhar e estudar em casa, surgindo também maior necessidade de contactos sociais à distância por causa da covid-19. E, para isso, foi necessário reforçar o equipamento informático dos lares.

Passado o primeiro embate da pandemia no comércio internacional, os dados que o gabinete estatístico da União Europeia (EU) divulgou esta sexta-feira dão conta de um recorde de compras de computadores portáteis no mês de Abril da União a países fora do bloco económico. Foram compras de 2,88 mil milhões de euros num só mês, na sua maioria proveniente do mercado chinês.

Esta é também uma mudança significativa da época alta de compras de computadores portáteis no ano, que normalmente é Novembro, à conta da antecipação das compras de Natal e de iniciativas como Black Friday.

De acordo com o Eurostat, a China representou cerca de 90% das importações da UE a países terceiros em 2019 e 2020. As importações de origem chinesa aumentaram 19%, nos primeiros sete meses de 2020, passando de 12,1 mil milhões (em 2019) para 14,4 mil milhões, em termos acumulados, no final de Julho passado.

Segundo o gabinete estatístico europeu, no período em análise, dos seis maiores mercados de importação da UE para este tipo de equipamento, somente o Vietname atingiu um aumento maior, embora com valores muito inferiores: uma subida homóloga de 31%, para 600 milhões de euros, em termos acumulados, até Julho passado.

Portugal compra mais, sobretudo em Junho

O mercado português registou um crescimento de 22% no valor das importações totais de computadores portáteis nos primeiros sete meses do ano, face ao período homólogo de 2019, diz o Eurostat, o que coloca o país no oitavo lugar por ordem decrescente.

No topo esta a Roménia, que viu as importações de portáteis aumentar 38%, e em último da lista está a Lituânia, com um aumento de 2%. Apenas um país teve um decréscimo de importações de computadores portáteis nos primeiros sete meses do ano: a Estónia, com uma diminuição quase nula de 0,3%.

Para Portugal, contudo, o valor recorde, pelo menos do ano segundo o Eurostat, foi atingido não em Abril, como a média europeia, mas em Junho.

O comportamento das importações total (dentro e fora da UE) para Portugal foi crescente até esse mês: 18,3 milhões em Fevereiro, 26,8 milhões em Março, 39,2 milhões em Abril, 40,85 milhões em Maio, 52,97 milhões em Junho e 42,34 milhões em Julho.

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