Novos autocarros da Grande Lisboa começam a circular no final de 2021

Scotturb, Rodoviária de Lisboa, TST - Transportes Sul do Tejo e Nex Continental Holdings venceram concurso internacional e vão assegurar as viagens de autocarro por sete anos. Se tudo correr como o previsto, novos autocarros começarão a circular no final de 2021.

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Miguel Manso

Já são conhecidos os vencedores do concurso internacional lançado pela Área Metropolitana de Lisboa (AML) para o transporte rodoviário na Grande Lisboa. Depois de recebidas sete propostas para quatro lotes, algumas das empresas vencedoras são já bem conhecidas dos passageiros: Scotturb, Rodoviária de Lisboa, TST - Transportes Sul do Tejo e Nex Continental Holdings vão assegurar as viagens de autocarro na região por sete anos. Os novos autocarros deverão começar a circular no final de 2021, prevê a AML. 

A decisão foi aprovada na terça-feira pela comissão executiva da AML que destaca, em comunicado, o facto de as propostas vencedoras apresentarem, em todos os lotes, um valor pago por veículo/quilómetro abaixo do valor base previsto e uma frota “inferior a um ano, logo no início do contrato, e inferior a quatro anos, no quinto ano de actividade”. 

Segundo refere a AML, “estes valores estão muito abaixo dos máximos previstos no caderno de encargos (oito anos no início do contrato, e seis anos no quinto ano de actividade), e ainda mais abaixo da idade média da frota em circulação, que, em 2019, era superior a 13 anos”. 

Para este concurso, a região foi dividida em quatro lotes. Assim, para o lote um, onde se incluem os concelhos da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra, e intermunicipais de ligação a Lisboa e Cascais, a proposta vencedora é a de um agrupamento liderado pela Scotturb (e que inclui também a Vialagus), que já opera naquela área. 

O lote dois, que integra os concelhos de Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, assim como as ligações intermunicipais a Lisboa, será operado pela Rodoviária de Lisboa, do grupo Barraqueiro, que já assegura muitos destes percursos.

O lote três, que servirá os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, e ligações intermunicipais ao Barreiro e Lisboa, foi ganho pelos TST - Transportes Sul do Tejo, do grupo Arriva, que também já assegura parte do serviço.

Para o lote quatro, onde se incluem os municípios de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, e as ligações intermunicipais ao Barreiro e Lisboa, a proposta vencedora foi a do agrupamento liderado pela Nex Continental Holdings, detida pela multinacional britânica National Express, e que inclui também a Transvia e a Empresa de Transporte Luisa Todi. 

As empresas vencedoras foram aquelas que apresentaram as propostas com melhor relação qualidade-preço (85% preço e 15% para a idade média da frota). E a adjudicação terá agora de ser submetida a visto do Tribunal de Contas.

130 novas linhas 

Este concurso, que envolve 1,2 mil milhões de euros, serve para substituir as concessões que estão actualmente em vigor. Envolve um reforço superior a 40% da oferta de autocarros, que passarão a ser todos iguais, amarelos, e vão operar todos com a marca Carris Metropolitana

A gestão do serviço público de transportes rodoviários ficará nas mãos da recém-criada empresa Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML). Esta é detida a 100% pela Área Metropolitana de Lisboa e, além de gerir o transporte rodoviário, será também responsável pela “instalação de uma plataforma tecnológica integradora do sistema de bilhética e de informação ao público (entre outras potencialidades), pelo desenvolvimento de estudos e planos, e pela implementação de políticas de acessibilidade, mobilidade e transportes”. A Operadores de Transportes da Região de Lisboa (OTLIS), que actualmente gere o sistema de bilhética da Grande Lisboa, será integrada na TML. 

Além do reforço e modernização da frota para a tornar também menos poluente, a rede de autocarros na Grande Lisboa sofrerá várias alterações. Segundo a AML, a nova rede foi desenhada de raiz durante um ano e vai cobrir a região com cerca de 600 linhas rodoviárias — cerca de 130 são novas.

Em Fevereiro, na cerimónia de lançamento do concurso, Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da AML explicou aos jornalistas que as novas linhas estarão mais concentradas na margem sul. A península de Setúbal será “a mais beneficiada” com o alargamento da rede, porque é também a que tem uma oferta mais deficitária. Palmela é o concelho onde a oferta de autocarros será mais reforçada, mas também há “concelhos na margem Norte que terão um grande reforço, como Mafra”, notou então o responsável. 

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