Galeno soprou as velas da Europa e embalou o Sp. Braga para o triunfo

Gregos não tiveram arte para travar a dinâmica dos minhotos, que repartem a liderança do Grupo G com o Leicester City.

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LUSA/HUGO DELGADO

O Sp. Braga venceu o AEK (3-0), o seu “padrinho” na história europeia, repetindo os triunfos de 1966, e mostrou sempre que era a equipa mais forte e determinada no arranque do Grupo G da Liga Europa. 

Para desmontar os gregos, adversário que Carlos Carvalhal destacou pelas virtudes defensivas, recuperando o historial do AEK na qualidade de visitante nas provas europeias, o treinador do Sp. Braga usou o mesmo dispositivo que lhe rendeu as duas últimas vitórias na Liga, ante o Tondela e o Nacional. 

E os minhotos não hesitaram, iniciando o encontro deliberadamente ao ataque, com uma dinâmica e pressão assinaláveis. Entrada que justificou em pleno a estratégia eleita pelo técnico italiano Massimo Carrera, com uma linha de cinco defesas e três médios, num “onze” em que foram titulares os portugueses Hélder Lopes e Nélson Oliveira.

O AEK aceitava o jogo de sacrifício, sempre abnegado, na esperança de enervar os “guerreiros”, levando-os a cometer um erro que viesse alterar a lógica do jogo. O Sp. Braga aproveitava para se instalar no meio-campo defensivo dos gregos, com Castro a tentar a meia-distância, enquanto Ricardo Horta e Paulinho procuravam baralhar as marcações. 

Em resultado desta aceitação de papéis totalmente opostos, o Sp. Braga controlava os momentos do jogo, sem, contudo, criar situações realmente perigosas para a baliza de Tsintotas. Aliás, o primeiro momento flagrante surgiu na sequência de uma penetração de Fransérgio, a cabecear a centímetros do alvo, após cruzamento de Paulinho. 

O AEK procurava surpreender por Nélson Oliveira, que também dispôs de um lance que poderia ter sido fatal para Matheus. E foi já à espera do intervalo que o Sp. Braga logrou ultrapassar a defesa grega, aproveitando uma subida de Esgaio, no corredor direito, com o respectivo cruzamento a pingar na cabeça de Galeno. O extremo surgiu na zona de penálti para desviar mais em jeito do que em força, batendo o guarda-redes a um minuto do descanso.

Obrigado a alterar o plano inicial, Carrera tinha noção de que estava a assumir um risco elevado e que só não foi prontamente aproveitado pelos minhotos porque, na recarga a um remate potente de Fransérgio, Galeno perdeu a oportunidade de bisar, atirando ao lado. 

O brasileiro percebia também que estava na hora de recuperar a missão de alimentador do ponta-de-lança, papel que assumiu de corpo e alma. Num registo pouco habitual, Galeno cortou uma transição do AEK e arrancou em drible até à zona franca, servindo Paulinho para o segundo golo do Sp. Braga. A equipa portuguesa simplificava, assim, uma tarefa que deu por terminada com o terceiro golo, por Ricardo Horta (88’), já depois de ter sido poupada a expulsão a Nelson Oliveira.

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