Mais um dia de Volta à Itália em bicicleta, mais um dia em que João Almeida continua dono da camisola rosa. Numa etapa longa (203km) e acidentada (múltiplas contagens de montanha), o ciclista português rodou sempre no grupo dos primeiros e não perdeu (nem ganhou) qualquer segundo para a concorrência nesta 17.ª etapa, mantendo os 17 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, Wilco Kelderman (Sunweb) e 2m58s sobre Jay Hindley (Sunweb), num dia que também correu bem ao outro português no Giro, Rúben Guerreiro – entrou na fuga e recuperou a camisola azul, símbolo da liderança do prémio da montanha.

O que se previa ser um dia de ataques à “maglia rosa” de João Almeida, acabou por ser uma jornada em que os primeiros se marcaram uns aos outros e ninguém arriscou muito. Talvez o pelotão esteja a guardar as forças para a etapa desta quinta-feira, a mais dura das três semanas do Giro, mas, para já Almeida continua como está deste a terceira etapa, líder. “Hoje foi um dia duro, com com subidas longas e duras. A equipa fez um bom trabalho e eu continuo de rosa graças a eles. Estava à espera que o Kelderman atacasse e ele tentou, mas sinto-me bem. Agora temos de subir o Stelvio. Espero não passar por dificuldades. Quero ganhar o Giro”, declarou o português no final da etapa.

O vencedor do dia foi o australiano Ben O'Connor (NTT), que foi o mais forte na subida final, deixando austríaco Hermann Pernsteiner (Bahrain) a 31 segundos, desta vez conseguindo levar o esforço até ao fim – tinha sido segundo na etapa anterior. Pouco mais de cinco minutos depois, chegava o grupo dos candidatos à geral.

O dia também correu bem ao outro português do Giro. Rúben Guerreiro entrou na fuga e recuperou a camisola azul, chegando em primeiro em duas contagens de primeira categoria - o ciclista da EF Pro Cycling passou a somar 198 pontos na classificação da montanha, mais 50 que o italiano Giovanni Visconti, que não pontuou nesta etapa.

E por falar em montanha, a 18.ª etapa será um sobe e desce permanente durante os 207km entre Pinzolo e Laghi di Cancano, nos Alpes. Serão quatro subidas muito duras, a mais alta de todas a 2758m (Stelvio), e terminando com outra montanha a 1945m. Esta será uma das maiores oportunidades para Kelderman e outros do top-10 atacarem a liderança de João Almeida, mas o português está a aguentar-se bem na montanha e a dar uma enorme prova de força.