FC Porto não resistiu às decisões de Andris Treimanis

Com dois golos de bola parada na sequência de avaliações do árbitro muito contestadas pelos “dragões”, o Manchester City deu a volta ao jogo e estreou-se a vencer na Champions.

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Reuters/PHIL NOBLE

A exibição do FC Porto esteve longe de ser brilhante e o confronto entre Sérgio Conceição e Pep Guardiola teve sempre mais tensão do que qualidade futebolística, mas durante mais de uma hora os “dragões” amarraram tacticamente o Manchester City, ameaçando sair do Etihad Stadium com pontos. No entanto, os portistas não resistiram a duas decisões controversas do árbitro letão Andris Treimanis. Na estreia no Grupo C da Liga dos Campeões, o FC Porto esteve a vencer em Manchester com um grande golo de Luis Díaz, mas em dois lances de bola parada o City deu a volta ao resultado, acabando por ganhar, por 3-1. 

Quatro dias depois de os “citizens” terem surpreendido ao apresentarem um desenho táctico inesperado frente ao Arsenal (apenas três defesas; Cancelo e Bernardo Silva em zonas interiores do meio campo) e de o FC Porto ter denotado contra o Sporting dificuldades para se reorganizar defensivamente após as saídas de Alex Telles e Danilo, o anúncio do “onze” escolhido por Pep Guardiola e Sérgio Conceição era aguardado com expectativa. E quem acabou por surpreender foi o técnico português

Se do lado inglês a estratégia utilizada contra os londrinos se manteve, com alterações pontuais — Eric G arcía substituiu Ake na defesa, Gündogan jogou no lugar de Foden no meio-campo —, nos portistas houve uma inesperada revolução táctica.

Mexendo em todos os sectores, Conceição riscou Otávio (o brasileiro nem no banco se sentou) e lançou dois jovens que se estrearam a titulares: Malang Sarr e Fábio Vieira. Se o português, que tem apenas 14 minutos de utilização na I Liga, podia fazer o papel habitualmente entregue a Otávio, a entrada do francês para o lugar de Manafá significava uma equipa com três centrais (Mbemba, Pepe e Sarr) que, quando os ingleses tinham a bola, defendia a cinco: Corona e Zaidu fechavam os flancos. 

A aposta de Conceição era ousada pela pouca rotina de Sarr com os companheiros de sector, mas acabou por surpreender Guardiola. Sem Foden (por opção), De Bruyne e Gabriel Jesus (lesionados), o City mostrou logo de início pouca criatividade para desmontar o bloco montado pelos portistas na defesa da baliza de Marchesín e, sempre que havia espaço, os “dragões” contra-atacavam. 

Foi assim que chegaram ao golo. Aos 14’, Uribe interceptou um mau passe de Rúben Dias e lançou de imediato Luis Díaz. Depois, o colombiano fez o resto sozinho: com uma diagonal, o extremo foi deixando os adversários para trás e, já dentro da área, rematou cruzado para o fundo da baliza de Ederson.

A vantagem podia reforçar ainda mais a forma confortável como a equipa de Conceição estava no jogo, mas quase de imediato surgiu a primeira decisão polémica de Andris Treimanis: depois de Gündogan pisar Marchesín, Pepe derrubou Sterling e o árbitro letão assinou penálti. Agüero aproveitou para empatar. 

Com a igualdade, voltou tudo ao mesmo: o City tinha mais bola, mas as oportunidades escasseavam e o intervalo chegou. Os dois técnicos mantiveram tudo na mesma, mas o City surgiu com outra atitude e Gündogan deixou o primeiro aviso — boa defesa de Marchesín. Pouco depois, Sérgio Conceição surpreendeu ao trocar Díaz por Manafá, mas seria mais um lance muito contestado pelos “dragões” a acabar com a resistência do FC Porto: após uma tentativa de desarme de Fábio Vieira, o árbitro assinalou falta e, à segunda tentativa, Gündogan ganhou o duelo com Marchesín, de livre directo.

Com o City na frente, os portistas mostraram não ter um “plano B” e o “game over” para os campeões nacionais chegou aos 73’: Ferrán Torres, que tinha acabado de entrar, fez o terceiro golo dos ingleses, para grande alívio de Pep Guardiola. 

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