PEV vai insistir em propostas rejeitadas no OE 2021, Governo apenas aceitou “duas ou três”

“O que está em cima da mesa é muito pouco” para Os Verdes viabilizarem o Orçamento, diz José Luís Ferreira.

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José Luís Ferreira Nuno Ferreira Santos

O líder parlamentar dos Verdes afirmou nesta terça-feira que Governo apenas aceitou “duas ou três” propostas do partido para o Orçamento do Estado de 2021 e que, na próxima reunião com o Governo, vai insistir nas que foram rejeitadas.

Em entrevista à TSF, o deputado do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) José Luís Ferreira disse que não levará novas propostas para a ronda de conversações com o primeiro-ministro, António Costa, na quarta-feira, mas vai “insistir nas que ficaram para trás”.

Para o PEV, das “25 a 30 propostas” feitas, apenas “duas ou três” foram aceites pelo executivo do PS para o Orçamento do Estado, o que “de forma alguma” é suficiente para viabilizar o documento. “O que está em cima da mesa é muito pouco”, disse.

Entre as propostas que leva para a reunião com o primeiro-ministro, em São Bento, José Luís Ferreira destacou os apoios às pequenas e médias empresas e a criação de um fundo de tesouraria, uma ideia que o PEV, parceiro do PCP na CDU, tem vindo a insistir nos últimos meses para fazer face aos efeitos da crise causada pela pandemia de covid-19.

O primeiro-ministro, António Costa, reúne-se esta terça-feira, em São Bento, com o Bloco de Esquerda, PCP e PAN para procurar um acordo para a viabilização da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021.

A Assembleia da República começa em 27 de Outubro a debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021, estando a votação na generalidade marcada para o dia seguinte, 28. Até agora, o executivo de António Costa ainda não dispõe de quaisquer garantias políticas dos parceiros parlamentares dos socialistas para a viabilização do Orçamento e considera-se que esta semana será “decisiva” em relação aos resultados das negociações.

Na segunda-feira, à noite, em entrevista à TVI, interrogado se tenciona demitir-se caso seja forçado a governar por duodécimos, o primeiro-ministro respondeu: “Se há coisa que eu não contribuirei nunca é para haver crise política no contexto desta crise pandémica, desta crise económica e desta crise social”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 2198 pessoas dos 101.860 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

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