Ponham bem os olhos no vírus “chinês”

O mundo não está bem, já não estava, mas a pandemia tudo agravou. Parece valer a pena estudar o que a China está a fazer, tendo em conta os resultados.

A China tinha no dia 18 de outubro 90.955 casos de infeção, 4739 mortos e 421 casos ativos, sendo a população mil milhões quatrocentos e dois mil e quinhentos e nove habitantes; os EUA 8.140.728 casos, 219.599 mortos e 4.700.425 casos ativos, sendo a população 329.634.908; Portugal 99.911 casos, 2181 mortos e 38.730 ativos e a população 10.276.617.

É brutal a diferença entre a capacidade da China de fazer frente à pandemia, reduzindo-a a uma insignificância e os EUA, o país mais rico e poderoso do mundo, que também acabou por ganhar a liderança na incapacidade de combater o vírus, apesar de toda a capacidade científica instalada, sobretudo nas mãos das transnacionais e centros universitários privados.

A capacidade de um Estado proteger a saúde dos seus cidadãos é seguramente um fator de relevo para a sua apreciação interna e também externa.

Quando o mundo acorda todos os dias atordoado pela capacidade destrutiva do vírus espalhando-se assustadoramente, e não se vê nos tempos que se aproximam como pará-lo, seria interessante dar maior atenção ao porquê da diferença abissal entre uma e outra situação.

Com todo o seu milenar modo de ser, os chineses recomeçaram a sua vida e estão de novo a crescer do ponto de vista económica, enquanto todo o resto do mundo levou um valente trambolhão, estando numa situação muito difícil, sobretudo, na Europa os países cuja divida era acentuada, como o caso de Portugal.

A população da China é cento e cinquenta vezes maior que Portugal e tem 421 casos ativos.

Independentemente do juízo de valor que cada um(a) possa fazer sobre o regime político no poder na China, a verdade é que aquele país tem dado (até agora) uma lição serena, sem se pôr em bicos em pé, de como debelar o vírus e proteger a sua população, mantendo a economia a funcionar em pleno e a crescer.

Contrasta com o destrambelhamento esquizofrénico da Administração Trump, incapaz de conter o vírus e de proteger a saúde da população, tendo até ao dia 18 quase 220.000 mortos.

Quando Trump envereda pelo caminho tortuoso e ridículo da curandice, apresentando a sua infeção (se é que a teve) como dádiva de Deus, há que pensar o que está a acontecer às instituições liberais daquele país para que das suas fragilidades surja uma criatura autocrática pronta para não aceitar os resultados eleitorais para tanto dando força a organizações de caráter fascista, racista e supremacista muito próximas do Ku Klux Klan.

Se não fosse um ignorante, e tivesse vergonha, respeitaria a comunidade científica ou era coerente até ao fim e embebedava-se de lixívia em vez de tomar (se é que tomou) Regeneron.

O mundo não está bem, já não estava, mas a pandemia tudo agravou. Parece valer a pena estudar o que a China está a fazer, tendo em conta os resultados, pelo menos até agora e atento os dados disponíveis.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

      

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