Consistência de Munar superou desejo de Sousa

Foi a segunda final em três semanas para o número dois português no Lisboa Belém Open.

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O Lisboa Belém Open teve um vencedor espanhol José Sena Goulão/Lusa

Domingo, bem cedo, Jaume Munar recebeu uma mensagem do amigo e ídolo Rafael Nadal. “Disse-me para tentar estar tranquilo, para seguir o meu caminho e para continuar o meu trabalho”, contou o espanhol. E foi o resultado desse trabalho, que Munar tem vindo a desenvolver na Academia do campeão de Roland Garros, que se viu poucas horas mais tarde no court central do CIF: uma vitória em dois sets sobre Pedro Sousa e a conquista da quarta edição do Lisboa Belém Open, o seu quinto título no Challenger Tour.

Na final entre os dois mais cotados tenistas do torneio, Munar (112.º no ranking ATP) venceu Sousa (111.º), por 7-6 (7/3), 6-2. O tenista lisboeta teve momentos em que praticou um ténis de nível muito elevado, quando recuperou de 1-5 para 6-5 (30-30), mas acabou por pagar o preço do esforço exigido no tie-break e no início do segundo set, em que esteve em desvantagem, por 0-3.

“O que me fez sair vencedor foi o facto de já estar mentalizado para a possibilidade de ele jogar tão bem durante alguns períodos do encontro e de que seria complicado pará-lo. Estou muito contente e orgulhoso do que fiz. Estou tranquilo a jogar os challengers, mas quero voltar ao circuito ATP”, afirmou o espanhol de 23 anos, que, em Maio do ano passado, figurou no 52.º lugar do ranking.

Sousa procurava o oitavo título na categoria challenger no clube onde cresceu, diante de família, amigos e compatriotas, mas não foi suficientemente regular para a solidez do adversário. “Não fiz um mau jogo, mas ele foi superior. Quase que fazia uma grande recuperação no primeiro set, mas não foi fácil lidar com a situação de ter o set perdido, depois já há chance, depois já não há. No segundo set, ele ganhou distância e esteve melhor na consistência, mas não posso estar triste por perder uma final; é sempre uma semana positiva”, frisou o tenista de 32 anos, após a sua 15.ª final no Challenger Tour – 14.ª nos últimos quatro anos.

Lisboa Belém Open quer subir de patamar

No rescaldo da quarta edição do Lisboa Belém Open, este ano adiado de Maio para Outubro, Manuel de Sousa mostrou-se muito satisfeito com o torneio, destacando as condições meteorológicas ao longo da semana e a presença dos dois melhores jogadores na final, faltando apenas a “cereja no topo do bolo” que seria o triunfo do filho. Mas “Manecas” já pensa em melhorar a cotação do challenger em 2021 e oferecer mais pontos/prémio monetário. “Estamos satisfeitos com este, mas havendo a possibilidade – sempre dependendo da evolução da pandemia – e julgo que vai haver, a ambição minha e da federação é, no próximo ano, passar já para outro patamar”, adiantou Manecas.

Vasco Costa, recém-eleito para um segundo mandato à frente da Federação Portuguesa de Ténis, também aproveitou a oportunidade para desvendar os planos quanto à oferta competitiva de torneios profissionais, concretamente, juntar mais um torneio do Challenger Tour aos três já existentes – Lisboa, Maia (de 23 a 29 de Novembro) e Braga (este ano cancelado) – e a criação de uma nova prova feminina, de maior cotação.

“Temos que ter quatro challengers em Portugal. Era o objectivo que tinha para este ano, mas enfim, infelizmente não conseguimos devido a estas condições. E temos que ter um torneio feminino com outra qualidade. Acho que as nossas jogadoras começam agora a dar o passo para nós começarmos a pensar em ter um torneio feminino de outra categoria. Não sei se será para 2021 ou para 2022. Temos que ver como evolui a pandemia em termos de competição internacional”, justificou Vasco Costa.

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