Joe Biden ganha na batalha das audiências televisivas

Os dois candidatos substituíram o debate cancelado de quinta-feira por entrevistas em canais de televisão diferentes. O democrata levou a melhor, chegando aos 15,1 milhões de espectadores de média, contra 13,5 milhões de Donald Trump.

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As duas entrevistas começaram à mesma hora, mas a de Trump acabou 30 minutos mais cedo Reuters/OCTAVIO JONES

O antigo vice-presidente dos Estados Unidos e candidato do Partido Democrata à presidência do país levou a melhor contra o chefe de Estado e candidato à reeleição pelo Partido Republicano na luta de audiências de quinta-feira. A entrevista de Joe Biden na ABC superou a de Donald Trump na NBC por 1,6 milhões de espectadores, de acordo com os dados da Nielsen sobre a audiência média dos dois programas.

Ambos os candidatos optaram por um formato de town hall, respondendo a perguntas de eleitores com ajuda de um moderador. A sessão do Presidente alcançou em média 13,5 milhões de espectadores ao longo dos 60 minutos que durou. O ex-vice-presidente conseguiu uma audiência média de 15,1 milhões de pessoas.

Durante a hora em que as duas entrevistas concorreram minuto a minuto, Biden superou Trump por 14,3 milhões de espectadores contra os referidos 13,5 milhões, isto é, Biden conseguiu mais 800 mil espectadores. E nos 30 minutos finais, em que ficou sozinho, depois de terminada a entrevista do candidato republicano, Biden foi capaz de atrair ainda mais audiência, chegando a 16,7 milhões de espectadores.

As entrevistas substituíram o debate entre os dois candidatos à Casa Branca que estava programado para quinta-feira à noite, mas que foi cancelado por Donald Trump ter ficado doente com covid-19.

A NBC foi muito criticada por ter transmitido a sua entrevista àquela hora depois de a ABC ter divulgado a sua entrevista a Biden e a hora a que iria transmiti-la, impedindo que os eleitores pudessem ouvir os dois candidatos e tivessem que optar por um, forçando uma guerra de audiências que não ajudou a esclarecer os norte-americanos que desejassem assistir às duas.

O candidato do Partido Republicano, responsável pelo “duelo” televisivo, depois de a sua campanha ter contactado a NBC para realizar a entrevista à mesma hora – os republicanos terão mesmo sugerido que fosse feita no mesmo formato –, acabou por ver a jogada voltar-se contra si.

Trump, veterano da televisão, habituado a lidar com as câmaras, acabou por perder a guerra das audiências, algo em que se vangloria de ser rei, para um político que gosta de considerar como soporífero, velho e sem carisma.

As entrevistas não foram transmitidas à mesma hora em todo o país. Em Los Angeles, por exemplo, enquanto a ABC passava a entrevista às 17h00, hora do Pacífico (01h00 do dia seguinte em Portugal continental), a NBC preferiu transmitir a gravação do debate de Trump às 20h00 (04h00 em Portugal continental).

Os números registados pela Nielsen referem-se apenas às pessoas que assistiram ao programa pela televisão, não se referindo às pessoas que viram as entrevistas através das plataformas digitais, que nos Estados Unidos estão a ser cada vez mais usadas.

As audiências combinadas das duas entrevistas ficaram muito aquém da quantidade de espectadores que viram o primeiro debate entre os dois candidatos. No dia 29 de Setembro, o embate televisivo entre Trump e Biden teve 73,1 milhões de pessoas a assistir em 16 redes televisivas distintas. Um segundo debate está agendado para a próxima quinta-feira, dia 22.

Na quarta-feira, o candidato do Partido Republicano terá outra entrevista em jeito de town hall, que será transmitido pelas televisões do grupo Sinclair (294 estações). Segundo o Hollywood Reporter, a entrevista será moderada pelo antigo jornalista da Fox News Eric Bolling.

Com Reuters

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