Contributo da investigação em Portugal para a Europa vai marcar Encontro Ciência 2020

O encontro que habitualmente junta milhares de cientistas portugueses vai ter uma uma presença digital nova, o que permitirá a participação de cientistas portugueses no estrangeiro e de oradores a distância.

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Inês Fernandes

O contributo da investigação científica em Portugal para o desenvolvimento da Europa em diferentes frentes vai marcar os principais temas do Encontro Ciência 2020, que decorre entre 2 e 4 de Novembro.

O conteúdo da próxima edição do evento, organizado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), entre outras entidades, foi avançado esta quarta-feira pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que falava no início da primeira de três sessões warm up (sessões de aquecimento, na tradução em português) do encontro.

“Decidimos orientar o Encontro Ciência 2020 segundo as grandes linhas da presidência portuguesa [do Conselho da União Europeia, no primeiro semestre de 2021], focando nas condições em que a ciência em Portugal pode contribuir para a valorização de Portugal e dos portugueses na Europa”, explicou Manuel Heitor.

São cinco as linhas identificadas pelo ministro da Ciência em que o trabalho científico feito em Portugal pode representar um contributo, designadamente para uma Europa mais resiliente, mais verde, mais digital, mais social e mais global.

Sobre a resiliência da União, o ministro sublinhou que se trata de um aspecto central do plano de recuperação económica europeu, em resposta às fragilidades criadas pela pandemia da covid-19, e que uma “Europa mais sólida” se consegue com mais conhecimento, que permite também traçar o caminho para a cada vez maior aposta na sustentabilidade e na digitalização.

Por outro lado, acrescenta, “a ciência e as ciências sociais têm de desempenhar um papel cada vez mais importante na interpretação daquilo que é o desenvolvimento económico e o desenvolvimento das nossas sociedades”, com a equidade social e a inclusão como pilares de uma sociedade moderna.

Em relação à globalização, Manuel Heitor considerou decisiva para o desenvolvimento do contexto económico a internacionalização da comunidade científica portuguesa, referindo que também a economia europeia pode beneficiar dessa experiência.

Presença sobretudo digital

O Encontro Ciência 2020, que vai decorrer de 2 a 4 de Novembro no Centro de Congressos de Lisboa, tinha sido adiado devido à pandemia da covid-19. A iniciativa, que habitualmente junta milhares de cientistas portugueses, vai ter uma participação presencial reduzida, mas uma presença digital nova.

“Os Encontros de Ciência são sempre grandes encontros, grandes locais de socialização e de comunicação entre os numerosos participantes. Habitualmente temos entre três a quatro mil participantes presentes, este ano não será possível”, explicou o vice-presidente da FCT, José Paulo Esperança, durante a mesma sessão.

O contexto pandémico que obrigou a estas restrições, acrescentou José Paulo Esperança, vai permitir, por outro lado, que o encontro chegue a mais cientistas através das plataformas digitais. “Vamos procurar tirar partido dos instrumentos que aprendemos a utilizar de uma forma muito acelerada, para que o Encontro de Ciência seja, em certos aspectos, até ainda mais participado do que em edições anteriores”, sublinhou.

A digitalização do encontro vai também permitir a participação de cientistas portugueses no estrangeiro e de oradores a distância, incluindo dois prémios Nobel, que o vice-presidente da FCT não identificou.

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