Cimeira Ibérica começa com uma hora de atraso. Costa e Sánchez “alheios” a manifestantes

Arranque da cimeira marcado por vozes de protesto contra as portagens, contra o nuclear e pela reposição dos comboios internacionais.

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O encontro entre os governos portugueses e espanhóis, que está a decorrer este sábado na Guarda, começou com uma hora de atraso e com vozes de protesto contra as portagens, contra o nuclear e pela reposição dos comboios internacionais. Na Alameda de Santo André, cerca de 50 manifestantes portugueses e espanhóis fizeram-se ouvir.

Enquanto que no Chafariz de Santo André se ouviam os hinos espanhol e português e António Costa e Pedro Sánchez tiravam fotografias, do outro lado ouvia-se “vergonha”. Entre as vozes estavam as dos cerca de 20 trabalhadores dos bares e alojamento dos comboios internacionais que desde 17 de Março estão com os contratos de trabalhos suspensos, data em que o Lusitânia e o Sud-Express, que fazem a ligação Portugal/Espanha, foram também suspensos por causa da pandemia da covid-19.

Os trabalhadores, que fazem parte da empresa Serviral, receiam que a partir de 1 de Janeiro de 2020 fiquem sem trabalho. “Há o risco de um despedimento colectivo”, queixa-se Cláudia Capelas, há 18 anos na empresa. A funcionária lamenta a falta de resposta por parte da CP que já rescindiu o contrato de concessão com a Serviral. Se no início do ano não for resposta a linha transfronteiriça, a trabalhadora, afirma, será uma das 20 “sem futuro”.

“Esta suspensão dos comboios leva a grandes prejuízos, além da redução drástica dos salários dos funcionários. Esta decisão, pelo menos até ao final do ano como diz a CP e os governos português e espanhol, não é concebível, quando a única fronteira ferroviária que está fechada é a de Portugal/Espanha dentro do espaço europeu. Isto é uma questão política e só não há uma vontade de resolver o problema porque estes governantes são irresponsáveis”, acusa, por seu lado, Fernando Pinto.

Às vozes dos trabalhadores juntou-se também a dos manifestantes contra as portagens nas ex-SCUT e dos ambientalistas contra o funcionamento da Central Nuclear de Almaraz.

A Cimeira Ibérica decorre ao longo deste sábado com encontros entre os primeiros-ministros e ministros dos dois governos socialistas. Em agenda, a cooperação para a recuperação económica e o reforço da identidade transfronteiriça.

A culpa foi do nevoeiro

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, chegou à Guarda às 9h30 mas teve de esperar uma hora pelo homólogo espanhol, Pedro Sánchez. Na Guarda já começou a 31.ª Cimeira Ibérica sobre desenvolvimento transfronteiriço. O nevoeiro impediu que os helicópteros da comitiva espanhola chegassem a horas, o que impediu o cumprimento dos horários das cerimónias protocolares.

Durante a espera, junto ao Chafariz da Alameda de Santo André, o primeiro-ministro português foi falando com os vários ministros presentes do seu executivo, entre eles Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.

A cerimónia protocolar iniciou-se com a execução dos hinos espanhol e português, a que se seguiu a “fotografia de família”. Depois, as comitivas governamentais portuguesas e espanholas seguiram para o Centro de Estudos Ibéricos onde foi descerrada uma placa alusiva à 31.ª Cimeira Ibérica. Depois do encontro entre António Costa e Pedro Sánchez, a próxima hora é ocupada com a reunião plenária.

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