Assim fala a ciência

O primeiro convidado de um podcast que dá voz à ciência, combatendo a desinformação, é Carlos Herdeiro, especialista em buracos negros.

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Ilustração de um buraco negro Ilustração de um buraco negro; Crédito: NASA

“Assim Fala a Ciência” é um novo podcast do PÚBLICO, com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos. A cada duas semanas, sempre ao sábado, será divulgado um novo episódio no site do PÚBLICO, antecedido por um breve artigo no jornal. Em cada programa, eu e o David Marçal, bioquímico e divulgador de ciência, estaremos à conversa com investigadores portugueses, em Portugal ou no estrangeiro, da rede GPS – Global Portuguese Scientists, uma rede que foi montada por aquela fundação com vários parceiros, que darão voz, e uma voz bastante viva, à ciência, combatendo a desinformação que nos assola.

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Atendendo ao renovado interesse que o Prémio Nobel da Física deste ano atraiu para os buracos negros, o primeiro convidado é Carlos Herdeiro, investigador coordenador no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, doutorado na Universidade de Cambridge em 2001, onde trabalhou no grupo de Relatividade e Gravitação, tendo feito ainda um pós-doutoramento na Universidade de Stanford. É um especialista em buracos negros, que se destacou pela descoberta, em 2014, de um novo tipo de buracos negros.

Carlos Herdeiro escreveu, com José de Sande e Lemos, um artigo de história e divulgação científica na Gazeta de Física, que foi citado num documento do Comité do Nobel da Física explicando o prémio de 2020. Nesse artigo contam a curiosa história do nome “buraco negro”, que vai poder ser ouvida no podcast. O leitor terá de ouvir. Só adianto que o nome tem que ver com uma prisão na Índia, no tempo da administração colonial britânica, que era conhecida por “buraco negro de Calcutá”.

No primeiro “Assim Fala a Ciência” os ouvintes poderão saber tudo o que sempre quiseram saber sobre buracos negros e que nunca se atreveram a perguntar. Um buraco negro será mesmo um buraco? Será vazio ou um objecto sólido? Será mesmo negro ou poderá emitir radiação? E o que há para lá de um buraco negro? Será uma entrada para um outro mundo, a que alguns chamam universo paralelo? Haverá buracos brancos? Poderemos chamar “buraco branco” ao Big Bang? E o que são os “buracos de verme” que aparecem no filme Contacto, baseado num romance de Carl Sagan?

Falar-se-á sobre o recente Nobel da Física. O que fez o britânico Roger Penrose para o ganhar? Se Stephen Hawking fosse vivo também deveria ser premiado? E os dois astrónomos também laureados, o alemão Reinhard Genzel e a norte-americana Andrea Ghez, o que observaram? Como se formou o buraco negro gigante que eles identificaram no centro da nossa Galáxia? Poderá ele vir a ser fotografado como foi o buraco negro no centro da galáxia M87, que foi, no ano passado, o primeiro a ser fotografado?

Circulam vários mitos sobre os buracos negros. Mal informadas, algumas pessoas tentaram boicotar a entrada em funcionamento do acelerador LHC no CERN, na Suíça, receando que este criasse miniburacos negros que, num inesperado apocalipse, engolissem a Terra. Por que está errada essa suposição? E há muita ficção científica, que não é bem separada da ciência. Serão possíveis viagens no tempo como as que aparecem no filme Interstellar?

E, last but not least, haverá alguma possibilidade de haver um Nobel português da Física nos tempos mais próximos?

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