Carlos Moedas. O presente e o futuro da União Europeia

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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Carlos Moedas. Engenheiro de formação, é actualmente administrador da Fundação Gulbenkian e foi, até ao final do ano passado, comissário europeu com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, responsável pela gestão do maior programa de ciência do mundo (80 mil milhões de euros). Anteriormente, foi o responsável no governo de Passos Coelho pela coordenação do programa de ajustamento. Mas a carreira política veio só depois dos 40 anos — antes, teve uma carreira ligada à banca de investimento e investimento imobiliário.

O pretexto para esta conversa com o economista José Maria Pimentel foi o livro lançado por Carlos Moedas este ano (mesmo antes da pandemia), Vento Suão - Portugal e a Europa, que reúne as crónicas semanais que publicou durante os anos de comissário.

Enquanto comissário europeu, uma espécie de ministro do governo da Europa, esteve longe de ser um observador imparcial da União Europeia, mas, ao mesmo tempo, alguém que tem uma perspectiva rara dos meandros da Europa e uma visão para o projecto europeu. 

Durante mais de uma hora de conversa, fala-se sobre vários aspectos da Europa, acabando por se regressar sempre a dois, em particular.

Um deles é a forma como a governação da UE está organizada, num quadro institucional peculiar que gera lentidão e uma tensão permanente entre as instituições comunitárias, como a Comissão, e os vários governos nacionais — como, aliás, se viu ainda recentemente na negociação do pacote de estímulo pós-pandemia; por agora, a tensão desvaneceu, mas as causas mantêm-se. Outro aspecto recorrente na conversa é menos tangível mas é o que verdadeiramente é a base de qualquer projecto de integração política: uma noção de comunidade. Neste caso, será que temos dado verdadeiramente passos para construir uma comunidade cívica à escala da Europa, para lá dos velhos Estados-nação?

No último trecho, há ainda tempo para discutir a visão de Carlos Moedas sobre o futuro, em particular sobre o impacto das alterações que o digital veio trazer, nomeadamente sobre as democracias, que terão de se reinventar se querem sobreviver. É uma altura interessante para ter desta discussão, uma vez que pandemia veio tornar estas tecnologias ainda mais presentes.

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