Colson Whitehead: uma conversa dolorosa com a História da América

Depois da história da afirmação da supremacia branca em A Estrada Subterrânea, o trauma e a dificuldade de a enfrentar em Os Rapazes de Nickel. Os dois livros partem de factos reais e deram-lhe o Pulitzer de ficção. A Time chamou-lhe o contador de histórias da América. Ele diz que só quer mostar que se ensina mal a História no seu país.

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Nuno Ferreira Santos

Foi como descobrir uma casa de horrores. No Verão de 2014, um grupo de arqueólogos da Universidade de South Florida encontrou um cemitério secreto no terreno onde entre 1900 e 2011 funcionou um reformatório para rapazes. Não era uma prisão nem uma escola, embora cada elemento da sua população fosse chamado de aluno e não de recluso. Localizado na cidade de Marianna, perto de Tallahassee, recebia jovens delinquentes, alguns órfãos, que o Estado se comprometia a reabilitar para a sociedade através da educação pelo trabalho. Ali, segundo os ideólogos tidos como progressistas desse tipo de espaços, os menores estariam a salvo da má influência de criminosos. O lugar chamava-se Arthur G. Dozier School for Boys, recebia rapazes entre os 12 e os 21 anos e era apenas mais um entre muitos existentes nos EUA.

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