Trump, Biden e nós

A escolha não é económica. É entre dois sistemas de valores, dois modelos políticos e duas hegemonias internacionais.

Nas eleições americanas votam os americanos. Mas os seus resultados têm um impacto global e afectam-nos a todos nós. Europeus e portugueses, em particular. Não é, por isso, indiferente quem será o próximo presidente: Trump ou Biden? Uma vitória de Trump significaria um segundo mandato ainda mais disruptivo. Relegitimado pelo voto popular, Trump sentiria reforçada a convicção populista de que está em comunhão com o povo americano. Sentir-se-ia mais livre de constrangimentos institucionais e sujeitaria, ainda mais, a razão de estado aos interesses pessoais. Continuaria a desrespeitar os opositores e a despedir os colaboradores, que ousassem uma palavra independente. Pelo Twitter, com certeza. O círculo seria cada vez mais fechado e não ultrapassaria a família próxima e os ultra fiéis. Se o primeiro mandato foi o do ataque às regras informais da cultura política democrática, o segundo poderia bem ser o do ataque às regras formais da democracia.

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