“Pouco, tarde e mal”

Não há democracia social sem direito a proteção na velhice.

Quase cem mil pessoas vivem em lares de idosos em Portugal. Essa é a sua casa - ou melhor, essa passou a ser a sua casa desde que, por muitos motivos, mas especialmente por não disporem de mais condições para continuar a viver de forma autónoma e/ou junto de outros familiares, para lá se transferiram. Por mais expectável que fosse a população mais frágil de entre todos os idosos a ser mais afetada por uma doença contagiosa desta natureza, os lares tornaram-se o foco mais mortífero da pandemia de Covid-19. Os seus proprietários e gestores, e quem, no âmbito do Estado, está encarregado de os supervisionar, vão ter de explicar como foi (e continua a ser) possível que vivessem em lares cerca de metade dos mortos que foram declarados em toda a Europa como sendo portadores do vírus, com proporções que variam entre os 34-35% da Dinamarca e da Áustria, os 41% de Portugal e os 68% da Espanha (ou, fora da Europa, os 85% do Canadá; ver Filipe Santos Costa, “Lares e Covid: um filme de terror global”, eco, 6.9.2020)

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