Bruxelas aprova plano de recuperação de nove mil milhões de euros para os Balcãs Ocidentais

Como fez para os 27 Estados-membros, a Comissão Europeia desenhou um plano para apoiar a retoma da crise e promover a dupla transição verde e digital na região. Países candidatos à adesão terão de seguir um guião para investimentos e reformas.

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Comissário para a Vizinhança e Alargamento, Olivér Várhelyi, apresentou o novo Plano Económico e de Investimento para os Balcãs Ocidentais LUSA/OLIVIER HOSLET / POOL

Os seis países dos Balcãs Ocidentais que são candidatos à adesão à União Europeia também vão ter direito ao seu fundo de recuperação da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. A Comissão Europeia adoptou esta terça-feira um novo plano económico e de investimento para a região, no valor de nove mil milhões de euros, destinados ao financiamento da dupla transição ecológica e digital e das reformas necessárias para promover a convergência com o bloco.

Esses são os mesmos objectivos do novo Mecanismo de Recuperação e Resiliência que o executivo comunitário criou para apoiar a retoma e a transformação da economia dos 27. Tal como fez para os Estados membros, a Comissão forneceu um guião preciso para a utilização deste financiamento adicional: “Os fundos serão mobilizados para investimentos emblemáticos nos domínios dos transportes e da energia, e da transição verde e digital, de forma a promover o crescimento e a criar postos de trabalho sustentáveis”, afirmou o comissário europeu para a Vizinhança e Alargamento, Olivér Várhelyi.

O plano contempla um conjunto de acções concretas de combate às alterações climáticas (descarbonização, biodiversidade, economia circular) e uma série de investimentos prioritários em infra-estruturas, energia e transportes. Segundo Várhelyi, a execução do plano poderá “transformar os Balcãs Ocidentais numa das regiões do mundo mais atractivas para efeitos de investimento”. Mas para acederem ao financiamento comunitário, os países terão — “evidentemente”, frisou o comissário — de se comprometer com “reformas fundamentais, em sintonia com os valores europeus”.

A Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia, Bósnia Herzegovina e Kosovo já têm que seguir um apertado caderno de encargos, definido por Bruxelas, para avançar as respectivas candidaturas à adesão à UE. Além do novo pacote de investimento para a região, a Comissão aprovou esta terça-feira a sua avaliação anual dos progressos no cumprimento das medidas definidas para a sua integração política e económica no bloco europeu.

“Os cidadãos dos Balcãs Ocidentais fazem parte da Europa. É do nosso interesse comum ajudar estes seis parceiros a avançar no seu percurso em direcção à UE”, declarou o Alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.

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