Novo Banco: Centeno apela a que Estado cumpra obrigações que assumiu

“Todas as decisões que coloquem em causa a estabilidade do sistema financeiro são de evitar”, afirmou o governador do Banco de Portugal no momento em que se discute se as injecções de capital no Novo Banco devem continuar.

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LUSA/STEPHANIE LECOCQ

Agora como governador, tal como antes como ministro das Finanças, Mário Centeno apresentou a necessidade de manter a estabilidade do sistema financeiro como o argumento fundamental para que o Estado, relativamente ao Novo Banco, cumpra os compromissos assumidos.

Na conferência de imprensa do boletim económico de Outubro do Banco de Portugal realizada esta terça-feira, quando questionado sobre a discussão, nas negociações do OE, das injecções a realizar no Novo Banco, Mário Centeno afirmou que “todas as decisões que coloquem em causa a estabilidade do sistema financeiro são de evitar”, defendendo que, por isso, deve ser acautelado “o cumprimento das obrigações que o Estado português assumiu em nome da estabilidade financeira”.

“Quando o Estado português assume compromissos, assume com diversas partes”, disse, nomeando, para além do Novo Banco, as autoridades europeias. Centeno, que como ministro das Finanças desempenhou um papel crucial no desenrolar do processo que conduziu às sucessivas injecções de capital no Novo Banco ao longo dos últimos anos, assinalou que este foi um “processo complexo iniciado em 2014” e defendeu que “colocá-lo agora em causa traria um retrocesso muito significativo que devemos evitar”.

Nas negociações para a aprovação do OE 2021, os partidos à esquerda do Governo têm posto como condição para um voto favorável do documento não haver mais injecções de capital no Novo Banco. O Governo, por seu lado, assumiu apenas que não irá realizar mais empréstimos ao Fundo de Resolução para que este injecte dinheiro no Novo Banco.

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