Marítimo voltou a assombrar o FC Porto

Com dois golos de Rodrigo Pinho e um de Nanú, os madeirenses saíram do Estádio do Dragão com uma vitória, por 2-3. Alex Telles falhou um penálti.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Na última década, as deslocações do FC Porto à Madeira, para defrontar o Marítimo, terminaram quase sempre mal. Entre 2012 e 2018, os portistas não conseguiram vencer os maritimistas no Funchal, mas, com a chegada de Sérgio Conceição, a “maldição” foi quebrada. No entanto, na 3.ª jornada da Liga 2020-21, o Marítimo voltou a assombrar o FC Porto. Com uma exibição personalizada, os madeirenses aproveitaram uma prestação débil dos portistas e, pela primeira vez na história do campeonato, saíram da casa do “dragão” com uma vitória (2-3). No final, o recado de Conceição para os seus jogadores foi elucidativo: “Quem não for competitivo tem a porta aberta para sair.”

Os dois primeiros jogos do FC Porto no campeonato tiveram altos e baixos, mas as prestações contra rivais competentes (Sp. Braga e Boavista) não faziam antever que, ao terceiro assalto, os “dragões” fossem ao tapete perante um Marítimo que ainda não tinha convencido. 

Mantendo-se fiel à fórmula apresentada no arranque da Liga, Conceição voltou a apostar na estabilidade e, sem reforços no “onze”, fez duas alterações em relação ao jogo no Bessa. Diogo Costa ocupou o lugar do lesionado Marchesín e, no ataque, houve um upgrade: depois de fazer xeque-mate ao Boavista com a troca de Uribe por Luis Díaz, Conceição ofereceu a titularidade ao extremo, colocando Otávio em zona central.

Do outro lado, em teoria, Lito Vidigal projectaria uma equipa de tracção atrás (entrada de Lucas Áfrico e defesa a cinco), mas o terceiro acto do Marítimo na Liga foi uma agradável surpresa para o espectáculo e uma dor de cabeça para o FC Porto. 

A primeira oportunidade até foi dos portistas, mas, aos 12’, o Marítimo deixou o primeiro aviso: Correa bateu Diogo Costa, mas nove centímetros colocaram o argentino em posição irregular. A partir daí, a equipa do Funchal libertou-se. Sem ser subserviente perante o campeão, começou a dar trabalho a Diogo Costa e, aos 24’, Winck fez um passe de enorme qualidade para Rodrigo Pinho e o brasileiro, com classe, sentou Mbemba e rematou para o fundo da baliza. 

A reacção do FC Porto foi tímida. Os “dragões” apenas aos 38’ fizeram o primeiro remate enquadrado à baliza de Amir, mas, quatro minutos depois, com mais uma assistência teleguiada de Alex Telles, Pepe assinalou o jogo 150 pelos “dragões” com o golo 12 pelos “azuis e brancos”. Tal como tinha sucedido com o Sp. Braga, parecia que o FC Porto ia partir para uma reviravolta no marcador.

Repetindo o que tinha feito durante largos períodos da primeira parte, o Marítimo regressou do intervalo com audácia e, com alguma felicidade à mistura, voltou a marcar: Getterson acertou com estrondo na barra e, de forma caprichosa, a bola foi ter com Pinho. Sem ninguém na baliza, o brasileiro bisou. 

O FC Porto tinha quase 40 minutos para apagar a má imagem e Conceição reforçou o ataque (Díaz por Taremi). Porém, a noite não era do “dragão”. Sem avançados fortes no jogo aéreo, os portistas eram previsíveis no ataque, mas, aos 70’, Renê Santos evitou em cima da linha de golo que Sérgio Oliveira marcasse outra vez. 

Obrigado a arriscar tudo, Conceição lançou Zé Luís e Fábio Vieira, e, mesmo sem discernimento, o FC Porto teve nos pés de Alex Telles, no minuto 87, a oportunidade de empatar, mas Amir evitou que brasileiro voltasse a marcar de penálti. 

Com os “dragões” balanceados no ataque, Nanú aproveitou para fazer todo o corredor direito e, à entrada da área, assinou um grande golo. No último minuto de descontos, Otávio ainda reduziu, mas não foi suficiente para evitar o primeiro murro na mesa de Sérgio Conceição.
 

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