Autoridades já encontraram oito dos 17 migrantes ilegais marroquinos que fugiram do quartel em Tavira

Ao todo escaparam 17 migrantes e as autoridades conseguiram, entretanto, deter já oito. Os restantes nove ainda estão em fuga. O Ministro da Administração Interna já determinou à Inspecção Geral da Administração Interna a instauração de um processo de inquérito.

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Dos 19 migrantes marroquinos que fugiram dois já foram detidos e estão à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. miguel manso

Um grupo de 17 migrantes ilegais marroquinos fugiu do Quartel do Regimento de Infantaria n.º 1 do Destacamento de Tavira, no Algarve, durante a madrugada desta quinta-feira.

Segundo adiantou à Lusa fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), foram já capturados oito. “Até ao momento foram capturados oito cidadãos marroquinos” que participaram na fuga do quartel de Tavira onde aguardavam pela aplicação da ordem judicial de afastamento do território nacional.

De acordo com a mesma fonte, o oitavo elemento foi detectado depois das 17h em Castro Marim, localidade que faz fronteira com Espanha e que dista cerca de 30 quilómetros do quartel do destacamento de Tavira do regimento de infantaria n.º 1 do exército.

As autoridades continuam à procura dos restantes nove elementos que ainda se encontram evadidos e que integravam o grupo de 24 migrantes que estavam no quartel de Tavira, em quarentena, depois de dois terem testado positivo à covid-19.

Dois dos migrantes foram detidos pelas autoridades logo pela manhã, sendo que perto da hora de almoço foram encontrados mais três. Segundo fonte do SEF, em relação aos últimos detidos, um dos migrantes terá sido encontrado já na Fuzeta, outro em Vila Real de Santo António, e outro em Tavira.

Estes migrantes fazem parte do grupo de 28 que chegou ao Algarve a 15 de Setembro, em que 24, todos homens, foram colocados no quartel em Tavira. Três mulheres, uma delas grávida, foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António no Porto e um menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores.

Na altura o SEF informou que dois destes migrantes tiveram de ser separados do grupo, porque tiveram testes positivos à covid-19.

De acordo com o SEF, os restantes migrantes foram colocados no quartel para fazerem a quarentena profiláctica.

Sobre os dois migrantes que já foram detidos o SEF informou que um teve de ser transportado para o Hospital de Faro, depois de se ter ferido num pé durante a fuga, e o outro encontra-se nas instalações da PSP de Tavira.

Além disso, foram já accionados no terreno todos os mecanismos necessários para localizar os migrantes ilegais, em articulação com os restantes órgãos de polícia criminal nacionais e espanhóis, informou o SEF.

Já a PSP explicou ao PÚBLICO que detectou, pelas 2h, um grupo junto à linha ferroviária na cidade de Tavira, composto por cerca de uma dezena de pessoas que manifestaram um comportamento suspeito.

Segundo a PSP, perante a abordagem dos elementos policiais, “a maioria das pessoas do grupo fugiu, tendo sido possível abordar duas dessas pessoas”.

A PSP refere que está totalmente empenhada em apoiar o SEF no esforço de detecção das restantes pessoas do grupo.

Entretanto, o ministro da Administração Interna fez saber que já determinou à Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) a instauração de um processo de inquérito sobre os factos relacionados com a fuga de dezassete cidadãos estrangeiros.

O inquérito destina-se, segundo o ministro, “ao apuramento das circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e da Polícia de Segurança Pública”.

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