Um futuro presidente, um milionário sem títulos e um velho conhecido

O perfil dos adversários do FC Porto no Grupo C da Liga dos Campeões.

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Reuters/POOL New

Manchester City

Investimento à procura de um título europeu

Desde que o xeque Mansour assumiu uma posição maioritária em 2008, o Manchester City gastou mais de dois mil milhões de euros em contratações, mais ou menos uma média de 156 milhões por temporada. E se, a nível interno, tem tido algum retorno (14 troféus, incluindo quatro títulos na Premier League), o City tem acumulado fracassos na Liga dos Campeões, e nem com Guardiola ao leme tem escapado ao desastre europeu. Depois de ter escapado a uma exclusão das competições europeias por causa do “fair play” financeiro, o City entra nesta edição da Champions com muito a provar.

Voltou a ter um defeso de grande investimento, sobretudo na defesa (Rúben Dias é mais um que aterra no Etihad para tentar ser o líder do sector mais recuado), mas este parece ser um City com menos argumentos ofensivos – Aguero e Gabriel Jesus estão lesionados e não têm substitutos à altura. Ainda assim, Guardiola tem à disposição muita gente de classe mundial, como Kevin de Bruyne, Bernardo Silva ou Riyad Mahrez.

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Esta será a quarta vez que o City defronta um adversário português e a segunda ocasião em que encontra o FC Porto numa competição europeia. A equipa de Manchester eliminou a Académica de Coimbra nos quartos-de-final da Taça das Taças em 1969-70, conquistando depois esse troféu com uma vitória na final sobre os polacos do Gorni Zabrze.

Depois, na Liga Europa de 2011-12, fez duas viagens a Portugal. Nos 16 avos-de-final, eliminou o FC Porto com uma dupla vitória por 1-2 e 4-0, acabando por ser afastado na ronda seguinte pelo Sporting (derrota por 1-0 em Alvalade e vitória por 3-2 em Manchester).

Olympiacos

Um velho conhecido com gente conhecida

Outra vez o Olympiacos? Não deve haver muitas equipas no futebol europeu que tenham feito tantas viagens a Portugal como o Olympiacos, do Pireu. Esta será a 10.ª vez que a maior equipa da Grécia terá pela frente um adversário português, depois de já ter defrontado o Benfica (quatro vezes), FC Porto (três), Sporting e Arouca (uma vez cada). Frente aos portistas, foi sempre na fase de grupos da Champions, e em três épocas consecutivas.

O primeiro embate foi totalmente favorável aos gregos – duas vitórias no Grupo D em 1997-98, uma época em que o FC Porto nem sequer passou da fase de grupos –, seguindo-se uma vitória grega e um empate em 1998-99, com o FC Porto a ficar no último lugar do Grupo A. Só à terceira, em 1999-00, é que o FC Porto seguiu em frente num grupo em que ficou emparelhado com o Olympiacos – uma vitória para cada lado no Grupo E, com os “dragões” a apurarem-se para a fase seguinte.

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Este Olympiacos, como tem sido habitual nos últimos tempos, tem uma forte componente portuguesa, a começar no treinador, Pedro Martins, que devolveu a equipa do Pireu aos títulos, seguindo a tradição de homens como Leonardo Jardim, Vítor Pereira, Marco Silva ou Paulo Bento. Na baliza, está um ex-FC Porto, José Sá, que, durante um curto período, chegou a ser a primeira opção de Sérgio Conceição em vez de Iker Casillas. Entre a defesa e o meio-campo, marcam presença mais três portugueses, Rúben Semedo, Cafú e a novidade Pêpê Rodrigues (ex-V. Guimarães).

Marselha

Reencontro com um futuro presidente?

André Villas-Boas nunca escondeu o seu portismo militante. Não apenas por ter chamado ao banco do FC Porto a sua “cadeira de sonho”, mas também porque já manifestou por mais que uma vez o seu desejo de, no futuro, ser presidente do seu clube de coração. E, enquanto esse futuro não chega, Villas-Boas vai cruzar-se com o FC Porto (onde foi campeão e ganhou a Liga Europa) como adversário, algo que já não acontecia desde os tempos em que treinava a Académica de Coimbra.

O Marselha não seria, por certo, a equipa mais desejada do pote 4 – o FC Porto provavelmente preferia os dinamarqueses do Midtjylland ou os húngaros do Ferencváros. Vice-campeão de França na última época, o Marselha está a tentar recuperar um lugar no topo da hierarquia do futebol nacional, onde já não ganha um título desde 2010. E Villas-Boas, a cumprir a sua segunda época no clube, tem tido um papel importante nesse processo. Para já, a época não tem corrido de feição: depois de duas vitórias nos dois primeiros jogos (uma delas frente ao PSG), o Marselha já não ganha há três partidas (uma derrota e dois empates).

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Sem os recursos financeiros quase ilimitados do PSG, o Marselha tem como grande figura Dimitri Payet, experiente e criativo internacional francês. No ataque, conta ainda com jogadores como o argentino Benedetto ou Thauvin, outro internacional francês. Na baliza, manda o eterno Mandanda (13.ª época), que lidera uma linha defensiva experiente, onde marcam presença os japoneses Nagatomo e Sakai.

O historial do Marselha com clubes portugueses é longo e diverso. Este duplo confronto com o FC Porto será a oitava vez que vem a Portugal, depois de ter defrontado por duas vezes Benfica, Sp. Braga e FC Porto, e uma vez o V. Guimarães. No que diz respeito aos confrontos anteriores com os portistas, ambos coincidiram no mesmo grupo da Champions em 2003-04, época que terminou em título europeu para o FC Porto – os “dragões" venceram os dois jogos. Na fase de grupos da Champions em 2007-08, o FC Porto ganhou um dos encontros e empatou o outro.

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