Rio Ave capitula na Europa em interminável serenata de penáltis

Equipa portuguesa teve a passagem à fase de grupos na mão, mas, no último segundo, Borevkovic traiu todo o esforço da equipa, atirada para o campo da “lotaria”.

Francisco Geraldes igualou e levou o jogo para o prolongamento
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Francisco Geraldes igualou e levou o jogo para o prolongamento Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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LUSA/JOSE COELHO
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O Rio Ave capitulou, esta quinta-feira, no desempate com recurso a grandes penalidades (8-9), perante um AC Milan que só no último segundo do prolongamento chegou ao 2-2, levando a decisão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa para a saga dos penáltis. E foram necessários 24 (!) para encontrar o vencedor da eliminatória.

Para quem esperava uma visita ilustre, com tiques de autoritarismo e argumentos irrefutáveis, à dimensão da fama que precede um verdadeiro monstro em reconstrução, a atitude da equipa de Stefano Pioli foi uma espécie de negação ou anticlímax.

O pragmatismo, aliado a uma seriedade difícil de encontrar num clube tão grande — especialmente se comparado com um modestíssimo Rio Ave, apenas à procura da segunda presença na fase de grupos —, foi a arma escolhida pelo técnico dos “rossoneri”, confirmando que não estava a tentar iludir o adversário quando afirmou estar perante a equipa mais forte de entre as que defrontou nesta fase de qualificação.

E essa coesão, paciência e a pressão constante que os italianos exerceram, sem dar tréguas aos homens da casa, mantendo o Rio Ave demasiado focado nos seus processos no meio-campo defensivo, acabou por dar frutos no primeiro remate enquadrado com a baliza.

Um tiro certeiro de Saelemaekers, na sequência de um canto largo, já na segunda parte, depois de um primeiro período irritantemente pobre em matéria de finalização: três remates dos italianos (a explorarem o vento favorável) e um (enquadrado) dos vila-condenses, já perto do descanso.

Rio Ave e AC Milan confundiam-se na forma mais conservadora e até algo “temerosa” como abordaram um play-off sem margem de manobra nem de erro. E a grande virtude do Rio Ave acabou por ser a forma como encaixou o soco milanês, processou e assimilou toda a informação fornecida pelo adversário, forçando o AC Milan a errar, a cometer faltas e a recuar em termos de segurança e confiança.

A entrada de Francisco Geraldes, um minuto antes de Pioli lançar Rafael Leão e apenas seis antes de igualar, à bomba (72'), num momento de rara inspiração, abalou emocionalmente o AC Milan, obrigando-o a abandonar a zona de conforto e a doar-se de coração, tornando o jogo imprevisível e emocionante.

Aderllan Santos poderia ter acabado com o sofrimento milanês no primeiro minuto de compensação, mas o remate saiu ao lado. O prolongamento, porém, não podia ter começado melhor, com Gelson Dala a marcar nos primeiros 19 segundos, com um disparo cruzado dentro da área. 

Um esforço que acabaria, porém, traído pela mão de Borevkovic em cima dos 120 minutos: o central desorientou-se por momentos e acabou por jogar a bola com mão, abrindo a Çalhanoglu as portas do empate e ao AC Milan as da fase de grupos ao AC Milan.

Foi numa espécie de campo minado, por vezes surreal, que as equipas resolveram a questão, com ambas a marcarem todas as grandes penalidades da primeira série, até o AC Milan abrir o flanco que Nélson Monte não aproveitou (a bola foi devolvida pelos dois postes) e que Kieszek também desperdiçou, depois de Donnarumma ter atirado para as nuvens. Na hora da verdade, prevaleceu a “sorte” milanesa, penalizando o esforço vila-condense.

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