Arroz e feijão: uma semana a comer como um refugiado

A portuguesa Diana Amaral participou no Ration Challenge, montado por uma organização de apoio, e angariou mil euros para apoiar refugiados.

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Uma portuguesa residente no Reino Unido que cumpriu o desafio de viver uma semana com os mesmos alimentos e quantidades de um refugiado angariou mais de mil euros para uma organização humanitária. 

Diana Amaral, natural de Coimbra, mas actualmente a residir e a trabalhar em Northampton, no centro de Inglaterra, cumpriu o desafio do Ration Challenge organizado pela organização Concern Worldwide durante o mês de Setembro. 

Durante uma semana, em vez da habitual alimentação com muita fruta e legumes, ficou “chocada” por ver que teria menos de dois quilos de arroz, 400 gramas de farinha, 170 gramas de lentilhas, 85 gramas de grão-de-bico, uma lata de feijão, uma cebola, dois ovos e 330 mililitros de óleo vegetal para sobreviver. 

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rationchallenge.org.uk

“Foi difícil, mas não tive tanta fome como pensava. O mais impressionante é a alta de valor nutricional porque a maioria são alimentos secos. Tive de comer arroz quase todos os dias e tive de beber muita água por causa da prisão de ventre”, disse à agência Lusa. 

As doses pretendem reproduzir a alimentação normal de um sírio refugiado na Jordânia, onde se estimam que estejam quase 660 mil pessoas retidas em campos. 

Diana Amaral contou que, devido às poucas quantidades, “estava constantemente a pensar em comida”, mas ao mesmo tempo não podia queixar-se porque continuava “a ter um tecto e uma cama confortável para dormir”. 

Há quase seis anos a residir no Reino Unido, Diana Amaral, de 31 anos, teve conhecimento do desafio através das redes sociais e identificou-se com a campanha, já que tem contacto com histórias de crianças refugiadas por trabalhar nos serviços sociais de Northampton. 

Até agora angariou 953 libras (1.042 euros), a maioria de amigos e familiares, valor que é totalmente destinado para comprar alimentação, kits de higiene e outro tipo de produtos necessários para ajudar refugiados que a portuguesa considera terem sido “muito afectados pela pandemia da covid-19”.  

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