A inquebrável louça Duralex pode não resistir à pandemia

Mundialmente conhecida pela louça resistente de cor âmbar, a fábrica Duralex está agora em processo especial de revitalização para evitar o encerramento.

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A louça de vidro temperado ganhou fama graças aos modelos de várias cores Duralex
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Mais uma baixela da empresa Duralex
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Carrinhas da empresa Duralex
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Serviço de cor âmbar da Duralex Duralex

A louça Duralex espalhou-se pelo mundo na segunda metade do século XX, tornando-se popular na casa de muitas famílias graças ao preço baixo de venda. Apesar de existir em mais cores, o modelo de louça mais associado à empresa é a de cor âmbar. Ainda assim, a popularidade que ganhou ao longo dos anos não garantiu a continuidade da empresa num período de forte contracção económica provocada pela pandemia da covid-19, relata o diário francês Le Monde.

A produção de pratos, copos e outros utensílios em vidro pela empresa chegou a empregar mais de 1500 pessoas, com mais de 130 milhões de peças vendidas por todo o mundo. Inicialmente dirigiam-se as classes mais baixas, mas chegaram à contemporaneidade como um produto vintage.

Este tipo de louça, de vidro temperado, era conhecido por ser ligeiramente translúcida e, acima de tudo, pela sua elevada resistência. A marca anunciava-se como “segura" - até para ser utilizada por crianças - porque a sua louça era “praticamente inquebrável”. A sua técnica de fabrico, descoberta pela Saint-Gobain em 1939, consiste no rápido arrefecimento do vidro depois de ter sido levado a temperaturas que rondam os 700 graus celsius.

A mesma resistência não teve a empresa: a quebra de encomendas provocada pela pandemia levou agora a companhia francesa a entrar num processo de revitalização para tentar evitar o fim da produção. Mas os problemas já vinham desde 2017, quando um novo forno apresentou problemas e obrigou à redução da actividade.

A quebra do volume de vendas situa-se em 60%, diz ao Le Monde o seu CEO. Especialmente afectadas foram as exportações, que representam 80% do mercado da Duralex. Também na crise económica de 2008 a empresa tinha sofrido fortes impactos nas vendas, tendo estado à beira do encerramento.

Para já, os 248 funcionários da fábrica de Chapelle-Saint-Mesmin, em França, vão continuar a trabalhar e a receber salários, mas desconhece-se o futuro da fábrica.

Ainda hoje há louça Duralex à venda em Portugal, facilmente encontrável numa pesquisa na internet ou então nos armários de muitas casas pelo país.

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