Ricardo Melo Gouveia e Leonor Bessa campeões nacionais absolutos

Campeonato Nacional Absoluto Audi consagrou também os amadores Pedro Lencart e Sofia Sá

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Ricardo Melo Gouveia e Leonor Bessa na hora da consagração © Octávio Passos/GolfTattoo/FPG

Os dois membros portugueses das segundas divisões do golfe profissional europeu entraram, assim, para a história do torneio da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), cuja 87.ª edição realizou-se no mais antigo clube português, o Oporto Golf Club, em Espinho. Amanhã (Domingo) o programa oficial conclui-se com a realização do Pro-Am. 

Ricardo Melo Gouveia, membro do Challenge Tour, não vencia um torneio desde janeiro de 2017, quando impôs-se no Tile Mountain Classic, de 10 mil euros em prémios monetários, integrado no Portugal Pro Golf Tour. Hoje veio de trás para a frente, pois partiu para a última volta com 2 pancadas de atraso em relação ao líder, o seu amigo de infância, Pedro Figueiredo, mas uma jornada em 65 pancadas, 6 abaixo do Par, deu-lhe o título com um total de 268 pancadas, 16 abaixo do Par. 

O profissional da Quinta do Lago embolsou um prémio de 3.800 euros, o principal dos 20 mil que estiveram em jogo, e bateu por 2 pancadas Pedro Lencart, que, pelo segundo dia seguido, entregou um cartão de 68 (-3). O jogador do Club de Golf de Miramar é amador, não teve direito a prémio monetário, mas foi consagrado campeão nacional amador pela terceira vez na sua carreira, curiosamente sempre em anos par: 2016, 2018 e 2020. Lucas Lopes Azinheiro, do Clube de Golfe de Vilamoura, é o novo vice-campeão nacional amador, com 282 (-2).

Pedro Lencart sagrou-se campeão nacional amador pela terceira vez  © Octávio Passos

O atleta olímpico Ricardo Melo Gouveia já tinha ganho uma vez o Campeonato Nacional Absoluto, quando a prova era reservada a amadores, em 2009, no Porto Santo, mas este troféu teve um sabor diferente, por ter quebrado um longo jejum, ao ponto de ter-se comovido quando recordou os tempos difíceis porque passou, que levaram-no a cair do European Tour (a primeira divisão europeia) para o Challenge Tour no final de 2019. 

Não foi só no torneio masculino que o 2.º classificado foi um amador. Na prova feminina sucedeu o mesmo e a profissional Leonor Bessa garantiu a vitória com uma última volta de 76 (+5), para um total de 293 (+9), que valeu-lhe um prémio de 900 euros. 

As suas principais rivais foram amadoras. Sofia Barroso Sá, a campeã nacional de sub-16, ficou a apenas 2 pancadas de distância, graças a uma quarta volta de 72 (+1). No entanto, foi a vice-campeã nacional de sub-18, Leonor Medeiros, quem maravilhou com uma jornada em 69 (-2), a melhor volta de todo o torneio feminino. 

 Sofia Sá é a nova campeã nacional amadora © Octávio Passos

Leonor Medeiros, do Quinta do Peru Golf & Country Club, defendia o estatuto de campeã nacional amadora, mas este ano esse título foi para Sofia Barroso Sá que conquistou-o pela primeira vez. Sofia Barroso Sá, que representa a Quinta do Lago, mas reside em Belmonte, somou, assim, o seu terceiro ‘Major’ amador nacional, pois já tinha ganho a Taça da FPG/BPI em 2017 e 2018, mas faltava-lhe o Nacional Amador para compor o ramalhete. 

A vitória de Leonor Bessa reforçou a sua invencibilidade em Campeonatos Nacionais nos últimos quatro anos: já tinha sido campeã nacional amadora em 2017 e 2018; campeã nacional de profissionais em 2018 e 2020; e ainda, em 2017, foi a melhor jogadora no Solverde Campeonato Nacional PGA. Não recebeu o título por não ser ainda profissional, mas obteve o melhor resultado. Em 2019 não disputou o Solverde Campeonato Nacional PGA. Portanto, nos últimos quatro anos, jogou seis Campeonatos Nacionais e foi a melhor em todos! 

Declarações dos campeões nacionais 

Leonor Bessa (Absoluta): “É importante ser a primeira a ganhar este novo torneio e saber que um dia poderei ser um modelo para que haja mais jogadoras, porque é triste sermos tão poucas. Eu também já estive nessa posição e tinha os meus ídolos e referências e vem aí uma geração muito boa com a Sofia, a Leonor e a Aninhas. Elas são muito boas, espero que tenham essa noção e têm muito potencial. Claro que venho sempre para ganhar e mesmo sabendo que não estou na minha melhor forma, tentei gerir o jogo. Sinto que não joguei bem, mas fui inteligente. Não foi um bom campeonato da minha parte, mas é sempre bom ganhar.” 

Sofia Barroso Sá (Amadora): “Ser campeã nacional amadora era um objetivo que já tinha há um ano e meio. Mal terminou o Campeonato do ano passado, disse logo que para o ano queria ser campeã nacional, trabalhei bastante para isso e estou muito satisfeita por finalmente conseguir concretizar este grande objetivo.” 

Ricardo Melo Gouveia (Absoluto): “É um sabor muito especial. No último buraco, depois de ter dado o segundo shot, percebi que era difícil fugir-me a vitória e fiquei um bocadinho emocionado, porque os últimos anos foram difíceis. Quero agradecer à minha equipa, ao Gonçalo Pinto, aos meus pais, a toda a gente que tem-me apoiado. Tem sido difícil, mas estou a dar a volta finalmente. Desde Valderrama que andava a dizer que precisava de ritmo de jogo, no Portugal Masters disse a mesma coisa, sentia que o jogo estava cada vez melhor, era uma questão de ser paciente. Soube esperar pelas minhas oportunidades e hoje, finalmente, fiz uma volta em que não fiz nenhum bogey e consegui o título. Uma vitória é sempre uma vitória, mas sendo o primeiro (neste novo formato) é sempre bom e espero que o torneio continue muitos mais anos neste formato, porque é benéfico para a evolução da modalidade.” 

Pedro Lencart (Amador): “Hoje não estava a jogar o meu melhor, mas consegui acabar bem, consegui colocar alguma pressão nos profissionais e fico contente com a minha prestação esta semana. Estou contente pela conquista do título amador, apesar de hoje, durante a volta, estar mais concentrado em tentar fazer o máximo de birdies possível para meter pressão nos profissionais que estavam acima de mim, mas não deixa de ser um marco ganhar este torneio por três vezes.”

 

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