Corrida presidencial dos EUA mais renhida do que dizem as sondagens nacionais

Sondagem nacional da Reuters dá mais 8% das intenções de voto a Biden, mas em seis dos chamados swing states, o candidato democrata ou está tecnicamente empatado com Trump ou tem uma ligeira vantagem.

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A corrida presidencial norte-americana está longe de estar resolvida ALEXANDER DRAGO/Reuters

Olhando para as sondagens nacionais nos Estados Unidos parece que a vantagem do candidato do Partido Democrata, Joe Biden, é suficientemente grande para se acreditar que irá derrotar o actual Presidente, o republicano Donald Trump. No entanto, e como sabem muito bem os democratas, que já perderam outras corridas em que tiveram mais votos (Al Gore, Hillary Clinton), a história das sondagens nacionais pode estar manifestamente exagerada.

A sondagem da Reuters/Ipsos deste sábado mostra que apesar da vantagem de Biden a nível nacional, a disputa nos chamados swing states, aqueles cujo resultado final é imprevisível e no sistema indirecto de escolha do chefe de Estado norte-americano está muito renhida para os democratas encomendarem a faixa.

De acordo com os números do inquérito de opinião realizado pela internet, cujo trabalho de campo foi feito no princípio de Setembro e, como tal, não reflecte a questão da ocupação da vaga do Supremo Tribunal deixada aberta pela morte no dia 18 da juíza Ruth Bader Ginsburg, Biden tem uma vantagem ligeira em três desses estados e está empatado em três outros.

Na Florida e na Carolina do Norte, Trump e Biden surgem empatados entre as escolhas de quem afirma que irá votar, enquanto Biden lidera por um ponto percentual no Arizona, por três por cento na Pensilvânia e por cinco porcento no Wisconsin e Michigan.

Os seis estados são fundamentais para ganhar as eleições de 3 de Novembro, tendo em conta o número de habitantes (que se reflecte no número de delegados que elegem) e o seu histórico de imprevisibilidade. Em quase todos eles, a diferença entre os dois candidatos está dentro da margem de erro, o que pressupõe um empate técnico entre o Presidente e o ex-vice-presidente.

A mais recente sondagem da Reuters/Ipsos em termos nacionais, realizada esta segunda e terça-feira, coloca Joe Biden na liderança com uma diferença de 8% para Trump.

De acordo com os especialistas de sondagens, estes números mostram que a eleição de 2020 pode acabar com o mesmo resultado da eleição de 2016, em que Trump perdeu por muito o voto nacional (quase três milhões de votos a menos), mas acabou por ganhar o Colégio Eleitoral, com 304 delegados contra 227.

Nos EUA, a eleição do Presidente não é directa, mas por grandes eleitores que são escolhidos de acordo com o resultado eleitoral no Estado. Com excepção do Maine e Nebraska, em todos os estados o winner takes it all, ou seja, o vencedor fica com todos os grandes eleitores do estado. Daí a importância dos swing states na eleição presidencial.

Com Reuters

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