Ministério diz que houve investimento em 780 camas em residências

Número avançado pela tutela não atinge um terço dos 2500 lugares prometidos para este ano.

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Adriano Miranda

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) afirma que houve um investimento em 780 camas em residências estudantis, no âmbito Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES). As contas apresentadas pelo PÚBLICO esta sexta-feira apontam para menos de 300 novos lugares criados. Em qualquer dos casos, muito longe das 2500 vagas que tinham sido prometidas para o ano lectivo que agora se inicia.

Durante esta semana, o PÚBLICO questionou o MCTES sobre o número de camas criadas para alojamento estudantil para o novo ano lectivo. A tutela não respondeu, mas, ao final do dia desta sexta-feira, emitiu um comunicado em que assegura que são 780 as “camas intervencionadas” até Setembro de 2020 ao abrigo do PNAES. O número agora anunciado pelo Governo corresponde a menos de um terço (31,2%) das 2500 camas prometidas para 2020.

Com base em dados que o próprio ministério divulgou no início desta semana, o PÚBLICO chegou a um número diferente: não serão mais de 300 as camas novas criadas em residências estudantis para o novo ano lectivo.

No comunicado desta sexta-feira, o MCTES faz contas a sete intervenções em residências estudantis – duas em Lisboa, uma no Porto, duas nos Açores, uma em Águeda e uma em Évora. Na lista incluem-se a residência do Campus da Ajuda da Universidade de Lisboa, a residência Maria Beatriz, do Politécnico de Lisboa, a residência Bento de Jesus Caraça, em Évora, e a residência de São Roque, do Politécnico do Porto, quatro instalações inauguradas durante 2019 e que totalizam 445 camas.

Das 2500 camas previstas para 2020, o MCTES apresenta um prazo de conclusão para 249. Situam-se em duas residências em Évora, cujas obras estarão prontas até ao final deste ano, e numa outra no Porto, onde os trabalhos se estendem até ao final do primeiro trimestre do próximo ano.

No novo ano lectivo há 18.455 camas disponíveis para os alunos do ensino superior, um crescimento de mais 16% do que no ano passado e a maior oferta dos últimos anos no alojamento estudantil. Este aumento faz-se sobretudo por via da criação de 4500 lugares para estudantes em hostels e pousadas, solução encontrada para fazer face à redução de lotação da maioria das residências estudantis em resultado das orientações da Direcção-Geral da Saúde.

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