Mais cinco mortes por covid-19 e 899 novos casos. É o quarto dia com mais novas infecções

O número de casos diários é o mais elevado desde o início do surto em Portugal, depois de 10 de Abril (1516), 31 de Março (1035) e 28 de Março (902). No total, o país contabiliza 1936 óbitos e 72.055 infecções. Há 23.116 casos activos.

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Diogo Ventura

Portugal regista esta sexta-feira mais cinco mortes por covid-19 e 899 casos de infecção, o que representa um aumento de 1,3%. Este é o quarto valor diário mais elevado de casos, depois de 10 de Abril (1516), 31 de Março (1035) e 28 de Março (902). Desde o início da pandemia, o país contabiliza 1936 óbitos e 72.055 infecções.

Dos novos casos, 505 (56%) foram identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde ocorreram três das cinco mortes registadas nas últimas 24 horas. Os outros dois óbitos registaram-se no Norte e no Centro. Os dados foram divulgados na actualização diária do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Já recuperaram 47.003 pessoas, mais 327 do que na quinta-feira. Há mais 567 casos activos, para um total de 23.116. Este número resulta da subtracção dos recuperados e dos óbitos ao total de infecções.

Estão internadas 624 pessoas (mais 36 do que na quinta-feira), das quais 86 em unidades de cuidados intensivos (mais uma do que no dia anterior). É o número mais elevado de internamentos desde 19 de Maio, quando estavam hospitalizadas 629 pessoas infectadas com o novo coronavírus.

A taxa de letalidade global no país é de 2,7%. Cerca de 86,7% das pessoas que morreram com covid-19 em Portugal tinham mais de 70 anos. As cinco mortes registadas nas últimas 24 horas ocorreram nessas faixas etárias: uma mulher com idade entre os 70 e os 79 anos, dois homens e duas mulheres com mais de 80 anos.

A região com mais casos de infecção é Lisboa e Vale do Tejo: 36.904. Seguem-se o Norte (25.869, mais 263 do que na quinta-feira), o Centro (5885, mais 52), o Algarve (1513, mais 47) e o Alentejo (1412, mais 30). Os Açores registam 261 infecções (mais duas do que no dia anterior) e a Madeira 211 (o mesmo valor de quinta-feira).

O maior número de mortes por covid-19 ocorreu no Norte: 878. Surgem depois Lisboa e Vale do Tejo (742), Centro (259), Alentejo (23), Algarve (19) e Açores (15). A Madeira não tem registo de óbitos.

Há 287 surtos activos

Actualmente Portugal conta com 287 surtos activos no país, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, esta sexta-feira, na conferência de imprensa sobre a pandemia de covid-19. É o Norte a região com mais surtos activos, contando 124. Segue-se Lisboa (93), Centro (31), Algarve (22) e Alentejo (17).

Segundo a ministra os surtos do Norte estão ligados a restaurantes, em Vila do Conde, e a uma viagem turística, em Vila Nova de Gaia. 

DGS ainda não tem números relativos ao início do ano lectivo

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou, na mesma conferência, que os dados relativos ao início do ano lectivo ainda estão a ser recolhidos.

Ainda assim, esclareceu logo duas situações: “Primeiro, quando apenas acontece um caso, esse caso pode não vir detectado na nossa grelha de surtos porque é individual"; “[segundo] há circunstâncias em que, por exemplo, é uma determinação, não da Saúde, mas do ministério da Educação o encerramento de algumas salas por razões profissionais”.

“Estamos a recolher a informação, estamos a afinar, no entanto mantemo-nos em contacto e o início do ano lectivo está a ser bastante pacífico, quer em número de casos quer em surtos, o que tem permitido uma intervenção direccionada”, afirmou Graça Freitas.

Ainda quanto às escolas, a directora-geral da Saúde, explicou que estas se preparam de maneira diferente para o início do ano lectivo, apesar das medidas anunciadas “há meses”. Assim, as medidas tomadas no fecho (ou não) das escolas, não se tratam “de não haver uniformização de critérios”, mas sim de “situações diferentes em que as medidas preventivas não foram tomadas da mesma maneira”.

Segundo Graça Freitas, houve escolas que se prepararam melhor que outras, umas criaram “bolhas”, sendo necessário mandar para casa as pessoas afectas a essa mesma “bolha”, outras não o fizeram. Nestas últimas basta um caso positivo para que toda a comunidade escolar siga para isolamento.

Testes rápidos a ser avaliados por peritos do Instituto Ricardo Jorge

Raquel Guiomar, especialista em testes laboratoriais do Instituo Ricardo Jorge, explicou, esta sexta-feira, que os testes rápidos estão a ser avaliados. 

“O teste de referência é o teste de PCR – que permite ter resultado com elevada fiabilidade”, começou por dizer. No entanto, agora existem os “testes rápidos” que o Instituto Ricardo Jorge, com outros parceiros, já tinha avaliado em Abril e Maio, e na altura não foram aprovados.

“O grupo de peritos vai reunir para fazer as suas recomendações e a avaliação destes novos testes”, disse a especialista, que considerou que estes testes têm algumas vantagens, como “resultados de forma rápida, baixa complexidade de execução e permitem fazer o diagnóstico perto do doente”. Estes testes têm “critérios muito específicos de selecção e utilização e estes critérios serão definidos pelos peritos”.

Raquel Guiomar explicou ainda que, uma pessoa, depois de fazer um teste rápido poderá ser reencaminhada para um teste PCR.  A avaliação a estes testes está também a ser feita a nível internacional.

Ainda quanto aos testes, a ministra da Saúde indicou que continuam a ser realizados “um número crescente de testes por dia”. Até esta sexta-feira foram feitos, em média, 18.238 testes por dia em Setembro. O dia com maior número foi a 16 de Setembro, com mais de 23 mil testes realizados. 

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