CDS pede audição urgente ao ministro do Ensino Superior sobre alojamento

Bancada centrista quer explicações sobre o anúncio “sem concretização” de 2500 camas para estudantes

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Ana Rita Bessa quer ouvir Manuel Heitor no Parlamento Miguel Manso

O CDS pede uma audição urgente ao ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a oferta de alojamento universitário. O pedido foi realizado esta sexta-feira em que o PÚBLICO divulgou que a oferta de camas não ultrapassará as 300 e depois de o ministério ter anunciado a disponibilidade de mais 2500.

A bancada centrista considera que “a gravidade desta situação” justifica “uma cabal explicação” por parte do ministro Manuel Heitor “tanto mais que o ano lectivo já está a decorrer”, segundo o requerimento assinado pela deputada Ana Rita Bessa. 

No texto é referido o anúncio, na passada segunda-feira, da Direcção-Geral do Ensino Superior de que haverá mais 4500 camas para alojamento de estudantes do ensino superior. Nessa altura, o CDS-PP “congratulou-se com a decisão do Governo”, mas “infelizmente, e mais uma vez, parece que tudo não passou de mais um anúncio sem consequências e sem concretização”.

No requerimento, os centristas lembram que o partido tem alertado para a “inevitável incompatibilidade com as normas da Direcção-Geral da Saúde estipuladas para o alojamento estudantil” estipuladas no documento de orientação. O CDS assume concordar que “o ensino e a avaliação presencial se mantenham como regra no funcionamento das instituições científicas e de Ensino Superior” ao mesmo tempo que defende a necessidade de “reduzir as desigualdades” nomeadamente através do “reforço da acção social directa e o do alojamento de estudantes a preços regulados”.

O PÚBLICO noticiou esta sexta-feira que, das 2500 camas prometidas no final do ano passado, só existem 300 e que o anúncio de mais 4500 camas feito no início desta semana será de difícil concretização.

A Juventude Popular (JP) assumiu também uma posição sobre o assunto, acusando Manuel Heitor de ser “mentiroso, ilusionista e incompetente”. Em comunicado, o líder da ‘jota’ do CDS considerou que “o reforço do número de camas anunciado não se apresenta como um aumento da capacidade de alojamento das instituições de ensino superior, mas como uma medida paliativa para compensar a perda de camas decorrente do cumprimento das recomendações da Direcção Geral de Saúde, que exigem um distanciamento de 2 metros entre camas em quartos com mais do que um estudante.

Hoje ficamos a saber que das 2500 novas camas prometidas para início deste ano lectivo apenas 300 estão concretizadas, o que significa que o ministro mentiu deliberadamente com o objectivo de iludir e enganar os portugueses através da sua maquina de propaganda de forma a camuflar a sua incompetência”, apontou Francisco Mota, referindo que as universidades e os institutos politécnicos ainda estão a aguardar o envio da documentação prometida pelo Governo relativa à contratação e estabelecimento de protocolos a celebrar com unidades hoteleiras. 

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