Índice de aprovação do governo de Bolsonaro subiu durante a pandemia

Brasileiros confiam mais no Presidente, em comparação com Dezembro de 2019, e aprovam a sua forma de governar, de acordo com a sondagem da Ibope/CNI. Aprovação aumenta mais entre a população com menos instrução e menores rendimentos.

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O número de pessoas que dizem confiar em Jair Bolsonaro subiu de de 41% em Dezembro para 46% Reuters/BRAZILIAN PRESIDENCY

A taxa de aprovação do governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia, de acordo com os resultados apresentados esta quinta-feira numa sondagem da Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o jornal brasileiro Folha de S. Paulo, trata-se da maior subida percentual na aprovação desde que assumiu a presidência do Brasil.

O número de brasileiros que classificam o trabalho do executivo de Jair Bolsonaro como bom ou óptimo aumentou de 29% em Dezembro para 40%. Por outro lado, os que consideram o desempenho mau ou péssimo baixaram de 38% na sondagem anterior para 29%.

Embora Bolsonaro tenha sido criticado por tentar relativizar a gravidade do surto de covid-19 e por se opor a períodos de confinamento, de forma a tentar manter a economia em andamento, 50% dos inquiridos afirmam aprovar a maneira de governar do presidente, também um aumento em relação aos 41% de Dezembro de 2019.

Durante a pandemia – que tem no Brasil um dos maiores focos de infecção do mundo, apenas a par dos Estados Unidos e da Índia –,​ o número de pessoas que dizem confiar no Presidente brasileiro também subiu, de 41% para 46%. Estes dados vão contra uma outra sondagem, divulgada pelo Instituto Datafolha no início do mês, que dava conta de um aumento do índice de reprovação de Jair Bolsonaro.

O aumento da confiança e aprovação, de acordo com o estudo da CNI/Ibope, cresceu mais entre os inquiridos com menos habilitações académicas e menores rendimentos.

Entre os entrevistados com grau de escolaridade até à oitava série de educação fundamental (equivalente ao nono anos de escolaridade em Portugal), foi registado um aumento de 19% nos que avaliam o governo como bom ou óptimo (de 25% para 44%).

Em termos de rendimentos, tanto a avaliação do governo como da forma de governar melhorou principalmente entre quem ganha até um salário mínimo. O aumento da aprovação foi verificado principalmente nas periferias das capitais e nas regiões Sul e Nordeste do Brasil.

De acordo com o director executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, este comportamento deve-se aos apoios governamentais durante a pandemia.

“Aparentemente, o auxílio emergencial teve um papel importante na melhoria da avaliação do governo de Jair Bolsonaro, como reflecte o crescimento na aprovação das acções de combate à fome e à pobreza”, afirma no comunicado da CNI.

A sondagem, realizada entre 17 e 20 de Setembro, ouviu duas mil pessoas de 127 municípios e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.

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