Segunda vaga não impede retoma da confiança das empresas na Alemanha e em França

Empresários alemães e franceses continuaram a recuperar a sua confiança na evolução da economia em Setembro, ao mesmo tempo a que se assiste a um ressurgimento dos casos de covid-19 um pouco por toda a Europa

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Reuters/ANDREAS GEBERT

Os indicadores de confiança empresarial nas duas maiores economias da zona euro prolongaram, durante o mês de Setembro, uma tendência de recuperação, resistindo aos sinais de regresso em força da pandemia que se têm verificado um pouco por toda a Europa.

Em inquéritos realizados pelo instituto Ifo, no caso da Alemanha, e pelo instituto nacional de estatística, no caso francês, os empresários dos dois países voltaram a revelar expectativas mais positivas relativamente à evolução da situação económica e do negócio da sua empresa. Depois de uma queda abrupta durante os meses de Março e Abril, a confiança dos empresários tem vindo progressivamente a subir, num dos sinais claros de que a economia voltou ao crescimento positivo na segunda metade deste ano.

O índice de sentimento de negócios Ifo, que mede a confiança dos empresários na Alemanha, foi de 93,4 pontos em Setembro, quando em Agosto se tinha situado em 92,6 pontos. Este é o resultado mais alto desde o início da pandemia.

Em França, o índice de clima económico subiu de 92,5 pontos em Agosto para 93,4 pontos em Setembro, também o melhor resultado desde Fevereiro.

A manutenção desta tendência de melhoria dos indicadores de confiança em Setembro é particularmente relevante porque coincide com o ressurgimento muito significativo do número de novos casos de covid-19 na generalidade dos países europeus. Aparentemente, esta ameaça de uma segunda vaga da pandemia não está a fazer os empresários temerem um regresso de medidas de confinamento semelhantes às do início da crise sanitária, que forçaram a uma travagem brusca da economia em Março e no segundo trimestre deste ano.

Até agora, em resposta ao ressurgimento de casos, os governos europeus, incluindo o alemão e o francês, têm vindo a introduzir apenas restrições parciais aos movimentos, tentando não criar obstáculos significativos à actividade económica.

Durante o segundo trimestre deste ano, o PIB da zona euro registou uma queda de 11,8%. Para o total de 2020, contudo, tem-se vindo a assistir nas últimas semanas a uma revisão em alta das projecções. Na semana passada, a OCDE passou a sua previsão para a queda da economia na zona euro este ano de 9,1% para 7,9%.

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