Plano 2020/2030: Parlamento debate Plano de Recuperação e Resiliência

Linhas gerais do plano foram apresentadas aos partidos e serão agora debatidas em plenário da Assembleia da República.

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António Costa no Parlamento Nuno Ferreira Santos

O Parlamento debate nesta quarta-feira o Plano de Recuperação e Resiliência, cujas linhas gerais foram apresentadas na segunda-feira aos partidos e mereceram críticas da esquerda à direita, mas as forças políticas mostraram-se disponíveis para dar contributos.

O debate temático solicitado pelo Governo sobre a “visão estratégica para o Plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030” arranca pelas 15h e terá uma duração de aproximadamente duas horas, sendo aberto pelo primeiro-ministro, António Costa.

Na bancada do Governo estarão também a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, e o ministro do Planeamento, Nelson de Souza.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro reuniu-se em São Bento (Lisboa) com os partidos com representação parlamentar para lhes indicar como é que o Governo pretende aplicar as verbas europeias para o Plano de Recuperação e Resiliência, com o objectivo de alcançar um “amplo consenso” político em torno do plano.

Por parte dos partidos, no final do encontro, o presidente do PSD defendeu que “o grosso do objectivo tem de ser virado para as empresas" e lembrou que o partido vai apresentar em breve a sua própria visão para a recuperação do país. Rui Rio recusou fazer um discurso destrutivo sobre o documento, e prometeu olhar para ele com “racionalidade e equilíbrio”, apontando que haverá aspectos que para os sociais-democratas “estarão bem e outros que estarão menos bem”.

O CDS-PP assinalou que “a execução e alocação destes dinheiros não pode significar uma festa do Bloco Central”, defendendo também uma atenção para a protecção das empresas e das famílias.

À esquerda, PCP criticou que o documento não preveja soluções de valorização dos trabalhadores, e sublinhou que contribuirá com propostas concretas, pedindo uma “evolução positiva”.

O BE desvalorizou este plano de recuperação e exigiu o cumprimento do Orçamento deste ano no que respeita à contratação de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde.

Por seu turno, o PAN criticou a falta de “visão progressista” do Plano de Recuperação e Resiliência, considerando que assenta “num modelo económico obsoleto”.

Já Iniciativa Liberal e PEV concordaram que esta pode ser uma “oportunidade perdida”, e o Chega criticou que os programas habitação beneficiarão “os mesmos de sempre”.

O esboço do Plano de Recuperação e Resiliência prevê um investimento de 12,9 mil milhões de euros em resiliência e transição climática e digital, sendo a maior fatia, 3200 milhões de euros, destinada a saúde e habitação.

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