Líder da JSD quer um bloco de direita nas autárquicas de 2021

Alexandre Poço escreveu uma carta aberta a Rui Rio, Francisco Rodrigues dos Santos e João Cotrim de Figueiredo a pedir uma coligação nacional entre os três partidos, para efeitos autárquicos.

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Alexandre Poço, líder da JSD DIOGO VENTURA

Menos de dois meses depois de ter sido eleito líder da JSD, num congresso no final de Julho, Alexandre Poço deixa um apelo aos líderes de três partidos da direita: o jovem quer que PSD, CDS e Iniciativa Liberal se juntem numa grande coligação nacional de direita nas próximas eleições autárquicas. O desafio foi lançado através de uma carta aberta publicada nesta quarta-feira no jornal i.

“Este acordo, que proponho e pelo qual lutarei dentro do meu partido, olha para as próximas autárquicas como as primeiras eleições — e por isso, as mais fundamentais em que vamos a jogo num clima extremado, populista e perigoso”, escreve Alexandre Poço.

O líder da juventude laranja cita David Justino para dizer que “ser moderado começa a ser a posição mais difícil e radical” e mostra-se preocupado com a "mudança acelerada em que o sistema partidário português se encontra” permitindo discussões extremadas e populistas, nas quais “prevalece quem grita mais alto ou quem insulta com mais intensidade os adversários”.

“Nenhuma alternativa viável e positiva para resolver os problemas do nosso país virá dos extremos, da extrema-direita ou da extrema-esquerda”, entende Alexandre Poço, defendendo que o país precisa de uma resposta diferente e de arrojo e que os três partidos não podem permitir “que o extremismo se torne o ‘mainstream'”.

“Não acredito que com esta solução governamental ora mais às claras, ora mais às escuras de PS, BE e PCP, seja possível caminhar neste sentido. Com o PS atrelado à extrema-esquerda e aos seus dogmatismos, não vislumbro a possibilidade de ter a esquerda moderada neste caminho”, lê-se ainda na missiva.

Alexandre Poço também lamenta que o bom senso e a moderação não estejam a ter dias fáceis e alerta para o facto de os populistas estarem a ganhar força. “Os populistas ganham força, contaminam o debate com soluções simples e miraculosas para problemas complexos”, defende o social-democrata.

Ao deixar de fora o Chega, percebe-se que estas críticas vão direitinhas para o partido de André Ventura, com quem na segunda-feira à noite Rui Rio também rejeitou fazer coligações, defendendo que “ninguém muda em um ano”. O líder dos sociais-democratas afastou-se da posição que assumiu em Julho, em entrevista à RTP3, altura em que admitiu “conversar” com Chega, se este se moderasse.

Nessa mesma entrevista, ao programa Polígrafo, da SIC Notícias, o líder do PSD resistiu a comentar nomes para as autárquicas, mas acabou por elogiar as capacidades políticas do antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, mas garantir que “nada está decidido” sobre o candidato do partido para a Câmara de Lisboa.

Rio foi questionado sobre uma proposta lançada pelo antigo ministro Miguel Poiares Maduro, que sugeriu ao semanário Expresso que PSD e CDS-PP deveriam concorrer coligados no próximo ano à câmara da capital, com Paulo Portas como candidato.

“Eu não vou comentar nome nenhum para câmara nenhuma, designadamente para o Porto e Lisboa. O dr. Paulo Portas é hoje um dos políticos de referência e dos portugueses mais bem preparados para o exercício de qualquer cargo público”, disse.

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