Novos centros de saúde de Lisboa começam a sair do papel

Duas obras estão avançadas e mais duas estão a iniciar-se, quase no fim do prazo inicialmente estabelecido. Vacina contra a gripe será dada a idosos em muitos locais da cidade.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A ministra da Saúde e o presidente da Câmara de Lisboa foram esta quarta-feira colocar a primeira pedra de uma obra que já está a meio. Aconteceu em Marvila, no antigo Palácio do Condado, que está a ser transformado na futura Unidade de Saúde Familiar (USF) daquela freguesia.

O assentamento de três tijolos no chão de uma estrutura de betão armado foi motivo de galhofa entre os presentes. “Já não é bem uma primeira pedra, porque o edifício está em construção”, constatou José António Videira, presidente da junta local. “Muitas vezes faz-se a crítica justa de que depois da primeira pedra demora muito a vir a segunda, aqui não, é ao contrário”, respondeu Fernando Medina.

Este é um dos 14 novos centros de saúde que a câmara se comprometeu a construir há três anos, quando celebrou um acordo com o Ministério da Saúde. O prazo para que todos os equipamentos estivessem inaugurados era 2020, mas vários concursos públicos desertos fizeram dilatar o calendário e a expectativa agora é que as primeiras USF entrem ao serviço em meados do próximo ano.

A unidade de Marvila ficará no Bairro dos Alfinetes, num terreno próximo à escola básica e à biblioteca, onde as ruínas de um imponente palacete se degradavam sem destino. O grande pórtico antigo mantém-se, mas nas suas costas está a surgir uma construção totalmente nova que há-de ligar à casa senhorial ainda em ruína. Representa um investimento de 3,2 milhões de euros e deverá servir 20 mil utentes.

“Este programa é absolutamente decisivo para melhorar as respostas na região do país onde tínhamos maior carência de médicos de família e de infra-estruturas modernas”, disse Marta Temido.

Vacina contra a gripe em mais locais

Uns minutos mais tarde, os dois políticos visitaram também as obras de construção da futura USF Fonte Nova, perto do centro comercial com o mesmo nome, em Benfica. Neste caso ainda só se vislumbra um enorme buraco.

Fernando Medina afirmou que a principal ideia do protocolo entre a câmara e o Governo era “acabar com os centros de saúde em andares e prédios de habitação” e que, neste caso concreto, houve um bónus. “Esta obra tem a importância urbana de densificar, de criar uma nova centralidade. Passamos do domínio do automóvel e do individual para o domínio do público e do colectivo”, disse o autarca, aludindo ao facto de aquele terreno ter sido um parque de estacionamento até recentemente.

Esta USF deverá servir cerca de 30 mil utentes, tem um custo também a rondar os 3,2 milhões e é um dos quatro centros de saúde em fase de construção. Os mais adiantados são os da Alta de Lisboa e do Alto dos Moinhos. Estão a iniciar-se obras na Ajuda e no Restelo, enquanto as empreitadas de Beato e Alcântara aguardam a emissão de visto do Tribunal de Contas. Os restantes seis equipamentos estão mais atrasados.

Na ocasião, Medina anunciou que a câmara vai montar um dispositivo por toda a cidade para “num prazo de poucas semanas assegurar a vacinação de 165 mil idosos contra a gripe”. A vacina será dada em juntas de freguesia, corporações de bombeiros, equipamentos da Santa Casa e outros locais, “para que as pessoas não tenham de se deslocar aos centros de saúde”.

Os vereadores do CDS propuseram há duas semanas que as farmácias disponibilizassem gratuitamente a vacina contra a gripe, mas a moção não foi aprovada.

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