Assassino de John Lennon pede desculpa a Yoko Ono

Mark Chapman, que há 40 anos disparou quatro tiros sobre o ex-Beatle, pediu agora desculpa à viúva, Yoko Ono. Mas vai continuar na prisão.

john-lennon,beatles,culturaipsilon,musica,crime,justica,
Fotogaleria
Ficha prisional de Mark Chapman DR
john-lennon,beatles,culturaipsilon,musica,crime,justica,
Fotogaleria
John Lennon junto de Marck Chapman poucas horas antes do crime DR

“Assassinei-o apenas porque ele era muito famoso. Foi um acto desprezível”. Foi assim, em síntese, que Mark Chapman se referiu, no passado mês de Agosto, ao gesto com que há quase 40 anos, no dia 8 de Dezembro de 1980, matou John Lennon (1940-1980) atingindo-o com quatro tiros à queima-roupa à saída do seu apartamento em Manhattan.

Passado este tempo, Chapman, agora com 65 anos e a cumprir uma pena de prisão perpétua num estabelecimento de Nova Iorque, pediu desculpa à viúva do ex-Beatle, Yoko Ono. “Só quero reiterar que lamento muito o meu crime”; “Sinto muito pela dor que lhe causei”, disse no decorrer da sessão em que viu uma vez negado o pedido de liberdade condicional.

Os depoimentos de Chapman foram noticiados esta terça-feira pela BBC, citando a Press Association, que a eles teve acesso.

No decorrer da audiência, o assassino de Lennon admitiu que está “sempre a pensar no acto desprezível” que cometeu há 40 anos. “Não tenho desculpas. Fi-lo apenas à procura de glória para mim próprio. Admito que é o pior crime que pode ser cometido contra alguém que é inocente”. Lembrou que, na altura, o músico que poucas horas antes lhe tinha autografado um exemplar do álbum Double Fantasy “era muito famoso”.

“Não o matei por causa do seu carácter ou pelo género de homem que era. Ele era um homem de família, um ícone. Era alguém que falava de coisas de que agora falamos, e são óptimas”, disse ainda Chapman. “Assassinei-o apenas porque ele era muito, muito, muito famoso, foi só essa razão. E eu andava muito, muito, muito, muito à procura da minha glória. Fui muito egoísta”, especificou ainda.

Ao mesmo tempo, admitiu que o seu crime era merecedor da pena de morte, algo que está fora de questão, já que a pena máxima foi abolida no Estado de Nova Iorque em 2007.

“Eu não mereço nada. Se a lei e vocês decidirem manter-me aqui o resto da minha vida, não me posso queixar”, acrescentou Chapman, que só poderá voltar a requerer a liberdade condicional dentro de dois anos. Mas Yoko Ono já deu a entender — como referiu numa entrevista dada em 2015 ao The Daily News, e agora citada pela BBC — que teme pela libertação do assassino. “O que eu penso é que, se ele fez isso uma vez, pode fazê-lo de novo. Pode ser em mim, pode ser no Sean [filho da artista e de John Lennon], pode ser noutra pessoa qualquer é disso que se trata”, justificou Yoko.

Segundo a BBC, Mark Chapman está preso numa área restrita de um estabelecimento prisional de Nova Iorque, onde se tem mostrado extremamente religioso e “devoto a Cristo”.

Sugerir correcção