Filipe Albuquerque quer mais triunfos

Piloto português descreveu a emoção de vencer as 24 Horas de Le Mans, garantido que as vitórias são viciantes.

miguel-oliveira,motogp,24-horas-le-mans,motores,desporto,automobilismo,
Fotogaleria
LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
miguel-oliveira,motogp,24-horas-le-mans,motores,desporto,automobilismo,
Fotogaleria
LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Filipe Albuquerque e António Félix da Costa à chegada a Portugal
Fotogaleria
Filipe Albuquerque e António Félix da Costa à chegada a Portugal LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O piloto português Filipe Albuquerque (United Autosports), vencedor das 24 Horas de Le Mans em automobilismo, na categoria LMP2, afirmou esta segunda-feira já ter tido a sua dose de derrotas, apontando a mira a novos triunfos.

“Ganhar é viciante. É bom, dá mais confiança. O objectivo é sempre ganhar a próxima corrida. Quero ganhar o campeonato da Europa, o campeonato do Mundo. Estou muito próximo, mas falta o próximo. Já sou muito experiente, já tive a minha dose de derrotas, sei que vou perder muitas corridas, mas vou passo a passo”, frisou, em conferência de imprensa realizada no auditório do aeroporto de Lisboa, à chegada a Portugal.

O triunfo valeu ao piloto de Coimbra, que faz equipa com os britânicos Phil Hanson e Paul di Resta no Oreca, a conquista matemática da Taça do Mundo de Resistência na classe LMP2. Para que o título seja efectivo, basta a Albuquerque alinhar à partida da última prova, no Bahrain.

Caracterizando a prova como “por vezes ingrata e muito difícil”, Filipe Albuquer diz que “só quem a vive percebe o quão especial é”,  sendo preciso “ter a estrelinha da sorte”, numa corrida “muito disputada até ao final”.

“As coisas têm-nos corrido bastante bem. Esta é a minha quarta vitória  seguida no campeonato do Mundo. Às vezes parece que está tudo controlado, mas não está. É raro ter a oportunidade e conseguir agarrá-la”, sublinhou.

O português bateu a equipa Jota do outro português em prova, António Félix da Costa, com Filipe Albuquerque a considerar “especial e muito bom” estar com um compatriota no pódio.

“Temos andado desencontrados, por causa da nossa diferença de idades. A primeira vez que partilhámos um pódio ele ganhou e eu fiquei em segundo. Já lhe disse que ele já foi campeão do mundo este ano, tinha de deixar alguma coisa para mim”, brincou.

Filipe Albuquerque lembrou o campeonato do Mundo de Fórmula E conquistado por António Félix da Costa e a vitória de Miguel Oliveira, no GP da Estíria, do Mundial de MotoGP, realçando estarmos a colher o que foi semeado “há vários anos”.

“Comecei no karting. Eu e o António fomos colegas na equipa que o Pedro Couceiro e o irmão criaram para ajudar os mais novos. Percorri o caminho das pedras e, coincidentemente, estamos a ganhar no mesmo ano. O Miguel também tem muitos anos de trabalho e investimento. Temos de ajudar, incentivar e fazer acreditar os mais novos que é possível chegar muito longe”, alertou.

Filipe Albuquerque revelou que, durante o voo, fez o relatório sobre o que “podemos melhorar”, apontando à conquista do campeonato da Europa de resistência.

Uma vitória nas 12 Horas de Sebring é outro grande objectivo do piloto luso, que lamenta ter que falhar a presença para poder efectivar o título da Taça do Mundo de Resistência, na última prova, no Bahrain.

“Tentei falar com os presidentes de cada campeonato, para ver se conseguiam alterar as datas. Acho que vou ter de optar, mas o campeonato do Mundo acaba por ser mais importante. Para já, vou para o Bahrain e vou ter de pedir à minha equipa para me substituírem nas 12 Horas de Sebring deste ano”, explicou, avisando que, para o ano, tem o objectivo de vencer a prova norte-americana.

O piloto de Coimbra agradeceu à família, agentes e amigos a vitória e, muito emocionado, dedicou o triunfo ao seu pai, falecido há cerca de um mês.

Esta foi a segunda vitória portuguesa na mais emblemática das provas de resistência na Europa depois de, em 2012, Pedro Lamy ter vencido a categoria GT AM.

Sugerir correcção