GNR identifica três pessoas na convenção do Chega por não usarem máscara

Durante o dia de sábado, os 600 participantes foram aliviando o uso de máscara e, ao início da noite, eram raros os que usavam a cara tapada. Álcool-gel à entrada também esgotou. Partido diz desconhecer diligência da GNR.

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Nuno Ferreira Santos
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Depois de durante o dia de sábado as máscaras se terem tornado um objecto cada vez menos usado pelos delegados, observadores e convidados da convenção do Chega, que se realiza em Évora neste fim-de-semana, a GNR esteve no local neste domingo ao fim da manhã e identificou três pessoas por não estarem a usar máscara dentro da gigantesca tenda da reunião.

A informação foi avançada pelo Observador e confirmada pelo comando da GNR de Évora ao PÚBLICO e à TVI. Na Quinta Nova do Degebe, um espaço para eventos nos arredores de Évora, estiveram militares da GNR à civil que identificaram três participantes da convenção por não estarem a usar máscara no momento e lhes deram ordem para saída do recinto fechado. A GNR limitou-se a fazer cumprir as normas sanitárias da Direcção-Geral da Saúde (DGS), afirmou o comando eborense. Não houve detenções nem foram aplicadas outras sanções.

Apesar da confirmação da autoridade militar, a assessoria de imprensa do Chega negou ao PÚBLICO ter conhecimento de qualquer acção de fiscalização. Mas o vice-presidente Nuno Afonso admitiu que houve um pedido informal para que os participantes fossem alertados para a necessidade de terem as suas máscaras devidamente colocadas — o que fez pela primeira vez nesta convenção, poucos minutos antes do meio-dia, subindo ao palco e pedindo isso mesmo pelo microfone. “Há leis e temos regras para cumprir. Cá dentro usem máscara e tentem manter as regras de distanciamento social”, pediu-se ao microfone.

Nessa altura ainda se contavam os votos das votações que era suposto decorrerem entre as 8h e as 10h mas que começaram já perto dessa hora, provocando um atraso de mais de três horas no arranque dos trabalhos.

Na megatenda de cerca de 1200 metros quadrados estarão 600 pessoas, entre delegados, convidados, observadores, pessoal técnico e comunicação social. Mas na zona dos congressistas as cadeiras das mesas de trabalho estão alinhadas em filas de 12 pessoas sem distanciamento especial entre elas.

Depois do aviso aos microfones, houve quem acedesse ao pedido e colocasse a máscara, mas, nos minutos seguintes, houve seguranças do evento a fazer passagens sucessivas pelos corredores a insistir directamente com os participantes no pedido de colocação da máscara. Também à entrada da tenda os seguranças mudaram de atitude relativamente ao que fizeram durante todo o dia de sábado, quando deixavam entrar toda a gente, tivesse ou não máscara. André Ventura passou todo o dia de sábado de cara descoberta, tanto quando circulava pelo espaço como quando estava sentado na mesa, no palco, e só ao fim da manhã deste domingo colocou uma máscara. Praticamente o mesmo fez, por exemplo, o vice-presidente Diogo Pacheco de Amorim.

Desde sábado que à entrada está um medidor de temperatura e um dispensador de álcool-gel, mas que era muito pouco usado e quando o desinfectante acabou já não foi substituído na tarde de sábado.

Comuns são também os cumprimentos com beijos e abraços, dados por pessoas com e sem máscara. Assim como as selfies com o líder do partido ou entre participantes – como foi o caso da actriz Maria Vieira.

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