Só boas decisões no recomeço da Liga

Nunca a principal competição profissional de futebol recomeçou com tantas restrições, condicionantes e sobressaltos. A pandemia trouxe tempos novos e uma “nova normalidade” que vai exigir de todos uma grande flexibilidade e adaptação. De tudo o que está diferente o que mais se nota e evidencia é a ausência de público nos estádios. E é também o que mais controvérsia está a gerar, pois não se compreende o motivo pela qual o futebol está a ser discriminado em relação a tantas outras actividades onde já é permitido haver pessoas a assistir.

O argumento de que os comportamentos de quem vai a um estádio, são diferentes daqueles que vão a um cinema ou tourada, caem por terra de forma clara, porque são exactamente as mesma pessoas que vão aos estádios que também vão a todos os outros espectáculos e se, no futebol, por acaso, essas pessoas têm comportamentos diferentes e para pior, então que sejam punidas e penalizadas por tal e aproveitemos este momento da pandemia, para, de uma vez por todas, erradicarmos das bancadas aqueles que se comportam de forma errada, seja pela questão do distanciamento social, seja pelo lançamento dos petardos ou pela violência ou pelos insultos. Gente desta não interessa, nem é precisa, naquele que é o maior e mais transversal, global e bem-sucedido espectáculo do mundo e que se chama futebol.

Dentro das quatro linhas vamos aos principais casos de jogo. No Famalicão-Benfica, ao minuto 19, o golo de Waldschmidt foi legal no que diz respeito a um eventual fora de jogo. O jogador benfiquista não só partiu de uma posição legal, como também recebeu a bola do seu adversário, o que validaria sempre a sua posição, pois nestas circunstâncias nunca há fora de jogo.

Ao minuto 27, Rubén Dias foi advertido por agarrar de forma ostensiva e deliberada Tony Martínez. O árbitro não interrompeu de imediato o lance, pois aplicou a lei da vantagem, advertindo só posteriormente o defesa "encarnado”.

Ao minuto 40, pontapé livre directo à entrada da área a favor do Benfica, do qual iria resultar um golo, por rasteira de Fernando sobre Taarabt. O jogador famalicense também foi advertido porque ao cometer esta infracção cortou um ataque prometedor. Na execução do livre, o árbitro chamou por duas vezes a atenção de André Almeida para não se aproximar a menos de um metro da barreira adversária, pois de acordo com as alterações às leis de jogo, sempre que uma barreira é formada por três ou mais jogadores, os colegas do executante têm de estar a, pelo menos, um metro de distância até o livre ser executado, sob pena de serem eles próprios punidos com um livre indirecto.

Minuto 47, Jorge Pereira é correctamente advertido por agarrar Everton. Um comportamento antidesportivo bem penalizado disciplinarmente.

Minuto 52, Patrick faz falta sobre Darwin, o árbitro, bem, deu a lei da vantagem e na sequência do lance Rafa obtém golo.

Minuto 71, é Gabriel que é advertido por agarrar Gonçalo Rodrigues. O árbitro manteve a coerência e uniformidade de critério em relação aos agarrões e puniu o jogador benfiquista.

Ao minuto 80, o que poderia ser o caso do jogo, uma vez mais, foi bem decidido pelo árbitro. Del Campo, no interior da sua área, toca de forma meramente casual e inadvertida com o braço na bola, que veio de ressalto e de forma inesperada do solo.

Do jogo FC Porto-Sp. Braga destaque, logo de início, para os golos anulados, ao minuto 13 aos “dragões”, e ao minuto 22 aos bracarenses, ambos por fora de jogo. Foi fundamental a intervenção do VAR, que nos mostrou através da tecnologia disponível, Corona por 30cm e Abel Ruiz por 8cm, adiantados em relação ao penúltimo adversário aquando dos passes dos seus colegas.

Minuto 45'+1’, o golo do Sérgio Oliveira é legal. O jogador portista, ao saltar na vertical, não empurrou nem carregou o seu adversário. O contacto que existiu com o braço nas costas, foi normal e em gesto de protecção e impulsão, o defesa bracarense não ficou impedido, nem impossibilitado de disputar o lance.

Minuto 45'+3’. penálti bem assinalado a favor do FC Porto. Raul Silva não pára o seu movimento e de forma imprudente, com os seus joelhos e pernas, toca e derruba Marega.

Minuto 76, os “dragões” pedem penálti por infracção cometida por Esgaio, mas o jogador bracarense é que chega primeiro à bola e é Uribe que acaba por o pontapear.

Minuto 88, penálti bem assinalado a favor do FC Porto. Tormena é imprudente na forma como aborda o lance, acabando por, com a sua perna esquerda, tocar e rasteirar a perna esquerda de Taremi.

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