Domenico Lancellotti e Toty Sa’Med esta noite ao vivo no Espelho d’Água

Entre o Rio de Janeiro e Luanda, Domenico Lancellotti e Toty Sa’Med juntam sons e vozes este sábado à noite no ciclo SomSabor promovido pelo Espaço Espelho d’Água, em Belém, Lisboa.

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Domenico Lancellotti e Toty Sa’Med DARYAN DORNELLES

Já passaram pelo Espaço Espelho D'Água, em Belém, músicos do Brasil, como Yamandu Costa, e de Angola, como Paulo Flores. Mas este sábado Brasil e Angola trocam sons num concerto que junta o carioca Domenico Lancellotti e o luandense Toty Sa’Med, ambos cantores e compositores e nomes de relevo na música dos respectivos países. O concerto integra-se no ciclo SomSabor, que junta música, gastronomia e tertúlias, com bilhetes conjuntos para jantares e espectáculos.

Nascido no Rio de Janeiro, em 12 de Novembro de 1972, de ascendência italiana, Domenico Lancellotti tem-se desmultiplicado por vários projectos. Nos anos 90 formou uma banda de rock experimental chamada Mulheres Q Dizem Sim, começando nesse período a trabalhar com Moreno Veloso (filho de Caetano) e com Alexandre Kassin, formando o trio +2, com o qual gravaram já três discos, assumindo rotativamente a liderança em cada um desses trabalhos. Como músico (além de cantor, Domenico é também compositor, violonista, percussionista e baterista), colaborou, entre outros, com Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Daniel Jobim, Fernanda Abreu e Quarteto em Cy, participando também em projectos como a Orquestra Imperial, com a qual se apresentou em 2009 em Lisboa (na Gulbenkian) e no Porto (Casa da Música), ou Os Ritmistas. A solo, lançou dois álbuns: Cine Privê (2011) e Serra dos Órgãos (2017), que integrou (em 24.º lugar) a lista de melhores discos brasileiros de 2017 feita pela Rolling Stone brasileira.

Toty Sa’Med, por sua vez, nasceu em 18 de Maio de 1989, em Luanda, de mãe angolana e pai são-tomense, e é considerado um dos nomes que mais tem influenciado as novas gerações de músicos que em Angola seguem uma linha mais alternativa, tornando-se uma referência da novíssima geração da música popular urbana de Angola. Tomou contacto com diversos géneros musicais na infância (rock, rap, soul, reggae, jazz, MPB, música africana), através dos vinis e cassetes vídeo trazidas pelos pais, no regresso das suas viagens. Foram eles que lhe ofereceram a primeira guitarra e o primeiro teclado, aos 8 anos, e aos 12 (segundo a sua biografia oficial) ele já produzia num estúdio caseiro instrumentais de rap, kuduro, quizomba e hip-hop. O seu primeiro disco, Ingombota, foi lançado em Outubro de 2016 em Lisboa. Produzido por Kalaf Epalanga (Buraka Som Sistema), esse disco juntou cinco clássicos do cancioneiro angolano a um tema original seu.

O concerto de Toty Sa'med e Domenico Lancellotti realiza-se este sábado, às 22h30, com jantar a partir das 20h30. Para a componente gastronómica destes encontros, com curadoria de Paulo Amado, desta vez o convite recaiu sobre a chef Leonor Godinho, da Musa da Bica. Domingo, a habitual sessão de poesias e performances Palavras em Contraste convida Viton Araújo (poeta) e Barbara Rodrix (música). Às 18h30, com jantar a partir das 20h30.

Na agenda, o ciclo SomSabor já tem nomes anunciados para o último fim-de-semana de Setembro: dia 25, Gonçalo Sousa + Tyler Faraday e Diogo Alexandre; e dia 26 Elida Almeida.

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