Tornado atravessou a cidade de Beja, arrancou árvores pela raiz e danificou viaturas

Não há registo de vítimas. Danos foram provocados por “um fenómeno rápido de vento forte e chuva intensa”.

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Nuno Ferreira Santos

Bastaram poucos minutos e a força do vento deixou a cidade de Beja com dezenas de árvores partidas e arrancadas pela raiz e muitas viaturas danificadas sobretudo no parque de estacionamento do Parque de Feiras e Exposições, onde se realiza a Feira do Alentejo-Ovibeja.

O invulgar cenário deixado pela passagem do que o senso comum designa por tornado não terá paralelo para os mais idosos, que não se lembram de algo semelhante, embora a sua passagem se circunscrevesse a um percurso restrito.

Chegou a recear-se pela segurança das crianças que frequentam a escola preparatória Mário Beirão, que esteve no percurso do vendaval. Os alunos saíram em segurança e um deles disse ao PÚBLICO que só se assustou quando viu “coisas no ar”. Quando chegou à rua é que se apercebeu que “estavam muitas árvores partidas e outras até se via a raiz”.

O pai João Guerreiro diz ter apanhado um susto quando lhe comunicaram que um tornado estava a “destruir Beja”, quando no local da cidade onde se encontrava se ouvia “um vento forte como noutras alturas”, mas sem as consequências que acabou por observar no parque de estacionamento da Ovibeja que fica junto ao estabelecimento escolar.

Observa-se que o percurso do tornado — de Sul para Norte — afectou igualmente o bairro Mira Serra e depois seguiu em direcção à freguesia de Nossa Senhora das Neves, que se localiza a cerca de cinco quilómetros da cidade de Beja, onde arrancou a cobertura em folhas de zinco dos telhados de algumas habitações.

O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, disse à comunicação social que até ao momento em que prestou declarações, próximo das 12 horas, não lhe fora comunicado a existência de pessoas feridas na sequência da passagem do tornado, consequência da depressão meteorológica que está a percorrer o Sul do país em direcção ao Norte.

Entretanto já decorrem os trabalhos de limpeza das árvores partidas ou derrubadas e rebocadas as dezenas de carros que ficaram com vidros partidos ou debaixo de ramadas e árvores caídas.

Segundo contou à Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Beja, Pedro Barahona, a tempestade provocou a queda de “mais de 100 árvores”, e danos em “cerca de 30 a 40 viaturas” e também ficaram danificadas infra-estruturas, como telhados e antenas.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) afirmou na quinta-feira que o distrito de Beja estaria sob aviso amarelo entre as 9h e as 15h desta sexta-feira. Todo o território nacional estará ou esteve sob aviso amarelo ao longo desta sexta-feira, sendo que o IPMA indica que uma depressão vai provocar aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada. com Lusa

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