Uma sensação de déjà-vu na etapa 19 da Volta a França

Para este sábado haverá contra-relógio, no formato de crono-escalada. Os 36,2 quilómetros serão maioritariamente planos, mas os últimos 6000 metros terão uma subida de primeira categoria. Primoz Roglic e Tadej Pogacar, especialistas tanto no “crono” como na montanha, são dois dos favoritos.

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Andersen no Tour 2020 Reuters/STEPHANE MAHE

Na etapa 14 da Volta a França, Soren Kragh Andersen (Sunweb) atacou já dentro dos últimos 15 quilómetros e ninguém conseguiu persegui-lo. Nesta sexta-feira, na etapa 19, Soren Kragh Andersen atacou já dentro dos últimos 15 quilómetros e ninguém conseguiu persegui-lo.

Num cenário tirado a papel químico de um já visto neste Tour, o ciclista dinamarquês fez um autêntico contra-relógio nos últimos quilómetros e bisou nesta prova, penalizando a inércia, o adormecimento e a desorganização dos companheiros de fuga.

Mais atrás, Luka Mezgec (Mitchelton) e Jasper Stuyven (Trek) completaram o pódio, no dia em que a Sunweb venceu a terceira etapa neste Tour (duas por Andersen, uma por Hirschi).

Entre os favoritos ao triunfo no Tour este foi um dia tranquilo, sem alterações significativas na classificação geral, no dia que precede o contra-relógio decisivo.

Cavagna foi o homem da fuga

A etapa desta sexta-feira prometia trazer poucos motivos de interesse. Quase sempre plano, o percurso deveria seduzir, como habitualmente, algumas tentativas de fuga, mas dificilmente as equipas dos sprinters enjeitariam uma chegada em pelotão compacto. E foi o que pareceu inevitável.

O francês Rémi Cavagna escapou do pelotão e rodou sozinho durante quase toda a etapa, num esforço que terá sido mais para preparar os próximos objectivos pessoais do contra-relogista gaulês: há “crono” já amanhã, no Tour, e há outro contra-relógio mais importante ainda dentro de uma semana, nos Mundiais de Imola.

Feito o “treino”, Cavagna acabou por ser apanhado pelo pelotão, mas, a cerca de 30 quilómetros da meta, deu-se a surpresa.

Em vez de seguir tranquilamente até aos metros finais, o pelotão permitiu a saída de um grupo de 12 ciclistas, entre os quais homens rápidos como Sagan, Sam Bennett (que nunca larga a roda do eslovaco), Mezgec, Trentin ou Van Avermaet e especialistas em clássicas como Naesen, Andersen (que já venceu neste Tour) ou Stuyven.

Pouco coordenados, os fugitivos optaram por atacar-se entre si. Um deles foi Soren Kragh Andersen, que entrou numa investida em tudo semelhante à que tinha feito na etapa 14.

Os restantes elementos da fuga ficaram a entreolhar-se, esperando que a perseguição se fizesse por si própria, e Andersen, como grande contra-relogista que é, seguiu o seu caminho, a uma velocidade estonteante.

Com ninguém interessado em assumir as despesas da perseguição, o dinamarquês pôde seguir até à meta e erguer os braços. Foi a segunda vitória do ciclista neste Tour.

Para este sábado haverá contra-relógio, no formato de crono-escalada. Os 36,2 quilómetros serão maioritariamente planos, mas os últimos 6000 metros terão uma subida de primeira categoria.

Primoz Roglic e Tadej Pogacar, especialistas tanto no “crono” como na montanha, são dois dos favoritos, mas os 57 segundos de diferença entre ambos, na classificação geral, dificilmente permitirão que Roglic deixe escapar a camisola amarela.

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