Aprovada fusão entre CaixaBank e Bankia que cria gigante financeiro em Espanha

A fusão permite criar o maior banco em termos de activos em Espanha, à frente do Santander ou do BBVA.

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Reuters/ALBERT GEA

Os conselhos de administração dos espanhóis CaixaBank e Bankia deram esta quinta-feira ‘luz verde’ à fusão entre as duas instituições para criar o maior banco em Espanha que terá activos de mais de 650 mil milhões de euros.

De acordo com fontes financeiras, assim como estava previsto, os conselhos de administração, reunidos esta tarde, aprovaram o início do processo de fusão entre o terceiro e o quarto maiores bancos espanhóis, criando uma entidade que se deve chamar CaixaBank e deverá manter a sua sede em Valência.

A decisão vai alterar o panorama bancário espanhol, dando origem a um gigante financeiro.

A fusão permite criar o maior banco em termos de activos em Espanha, à frente do Santander ou do BBVA, que têm uma importante percentagem do seu negócio a nível internacional.

O CaixaBank, que a nível internacional é dono do português BPI, é o terceiro maior banco em Espanha, se forem contabilizados os activos que o Santander e o BBVA têm fora do país, enquanto o Bankia é a quarta maior entidade bancária, conhecido por ser o maior credor hipotecário espanhol.

A fusão entre os dois vai dar origem a um grupo financeiro com activos de mais de 650 mil milhões de euros, segundo os analistas.

Os accionistas do CaixaBank devem passar a deter cerca de 75% da nova entidade e os do Bankia os restantes 25%, de acordo com relatos da imprensa.

Por outro lado, o maior accionista da Bankia, o Estado, com quase 62%, deverá ficar com uma quota de 14% do novo grupo.

Em 2012, o Estado salvou a Bankia da falência ao injectar 22 mil milhões de euros, mais de metade dos fundos europeus concedidos a Espanha para evitar o colapso do sector bancário devastado pelo “rebentamento” de uma bolha imobiliária durante a crise financeira global.

Esta fusão surge num contexto económico muito negativo para Espanha, um dos países europeus mais afectados pela pandemia de covid-19, cujo Produto Interno Bruto sofreu um colapso de 18,5% no segundo trimestre deste ano.

A decisão anunciada deixa antever outros passos no sentido da consolidação do sector financeiro na Europa, como é defendido pelo Banco Central Europeu.

Os bancos na Europa estão a passar por uma crise, com baixas taxas de juro que diminuem significativamente a sua margem de benefício dos empréstimos, uma acentuada recessão económica e incerteza sobre o futuro, devido à pandemia do novo coronavírus e à saída do Reino Unido da União Europeia.

O Governo espanhol já se congratulou com a fusão, afirmando que o sector precisa de se consolidar, apesar de ser esperada a perda de postos de trabalho entre os mais de 50.000 empregados dos dois bancos.

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