Primoz Roglic com a Volta a França “no bolso”

Para esta sexta-feira, entre Bourg-En-Bresse e Champagnole, está marcada uma etapa plana. Depois de dois dias muito duros, os sprinters que ainda continuam em prova terão a última oportunidade para brilharem antes da mítica chegada final aos Campos Elísios.

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Carapaz e Kwiatkowski a cortarem a meta Reuters/STEPHANE MAHE

A vitória na Volta a França 2020 está, para Primoz Roglic, à distância de um contra-relógio. Com apenas três etapas até ao final do Tour (duas delas de final ao sprint), o triunfo final será decidido no contra-relógio do próximo sábado, especialidade em que Roglic dificilmente perderá os 57 de segundos de vantagem que tem para Tadej Pogacar.

Este cenário foi precipitado pela etapa desta quinta-feira que não trouxe duelo entre os favoritos, na montanha, e que permitiu a dois fugitivos cortarem a meta a par: Kwiatkowski e Carapaz, ambos da Ineos, passaram a meta abraçados, com ligeiros centímetros de vantagem para o polaco.

Vingou uma fuga

Na estrada, a etapa 18 trouxe muita animação, como se esperava. O percurso de constante “sobe e desce”, com várias subidas – e de diferentes graus de dificuldade –, permitia que uma fuga se formasse e, sobretudo, por ser a última etapa deste tipo, esperava-se que grande parte dos ciclistas já sem ambições na classificação tentasse entrar no lote de escapados.

Formou-se então um grupo de 32 ciclistas – apenas cinco equipas não tiveram representantes na fuga –, entre os quais o português Nélson Oliveira, muito discreto em todo o Tour 2020.

Aos poucos, com o passar das elevações, o grupo foi ficando partido. De 32 passou a 25, depois a 19 e, mais tarde, a apenas cinco – Kwiatkowski, Bilbao, Edet, Carapaz e Hirschi.

Promessa cumprida

Hirschi, um dos nomes mais em foco neste Tour, chegou mesmo a dizer, antes da etapa, que iria estar na fuga – e cumpriu a promessa – e que, estando no lote de fugitivos, iria arriscar e fazer a diferença nas descidas – e também cumpriu essa promessa.

Infelizmente para o jovem suíço, cumpriu-a demasiado bem. O ciclista arriscou numa das descidas e sentiu o poder do asfalto. Com a queda de Hirschi, a fuga passou a ser composta apenas pelo duo Ineos composto por Kwiatkowski e Carapaz, já depois de Bilbao e Edet serem deixados para trás.

Logo após a montanha de categoria especial, na qual não foram feitas diferenças entre os favoritos – Pogacar ainda esboçou dois ataques, mas sem sucesso –, um sector de gravilha provocou um furo a Richie Porte – acontece sempre algo ao já tradicionalmente azarado australiano.

O grupo dos favoritos pareceu acelerar de início, para impedir Porte de reentrar, mas a velocidade acabou por abrandar e o australiano, com muito esforço, recolou.

Até ao final da etapa pouco se passou. Os últimos seis quilómetros, planos, permitiram ao duo da Ineos fazer um “contra-relógio” tranquilo até ao final da etapa e, pelo caminho, decidirem quem venceria a etapa: ou Carapaz, já com a camisola de montanha para vestir no final do dia, ou Kwiatkowski, gregário que trabalhou muito pelo seu líder durante a etapa.

Depois de muito diálogo entre os dois, os ciclistas acabaram por cruzar a meta abraçados, ambos sorridentes, com ligeira vantagem para o polaco, que teve o prémio pelo trabalho feito durante o dia. Mais atrás, nada se passou entre os favoritos.

Para esta sexta-feira, entre Bourg-En-Bresse e Champagnole, está marcada uma etapa plana. Depois de dois dias muito duros, os sprinters que ainda continuam em prova terão a última oportunidade para brilharem antes da mítica chegada final aos Campos Elísios.

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