Jorge Jesus quer abrir com chave de ouro

Treinador do Benfica garante que a eliminação na Champions não vai afectar a estreia do Benfica no campeonato, nem a construção do plantel.

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Jorge Jesus adivinha um futuro risonho e uma estreia com chave de ouro LUSA/TIAGO PETINGA

Jorge Jesus garantiu esta quinta-feira, em conferência de imprensa de antevisão do primeiro jogo do campeonato, frente ao Famalicão, no Minho, que o Benfica está, apesar da frustração causada pela saída da Liga dos Campeões, preparado para o arranque e para abraçar um futuro risonho.

Pelo que detectou no treino que antecedeu a conferência, Jorge Jesus acredita que “a equipa está a recuperar” de forma a poder chegar a Famalicão em condições de “fazer um jogo com maior duração” do que conseguiu na Grécia. O técnico gostou da primeira parte e dos primeiros 15 minutos da segunda metade frente ao PAOK, admitindo que “faltou alguma competitividade” para jogar ao nível dos gregos nos últimos 30 minutos.

“Agora já temos mais um jogo e poderemos estar muito melhor”, confia Jesus, que explicou o termo arrasar, que usou na apresentação oficial como técnico dos “encarnados".

“A palavra arrasar tem a ver com a confiança no trabalho, com o clube onde estou e com a qualidade dos jogadores. Umas vezes arrasa-se, outras não se arrasa. Faz parte do jogo”, admitiu, desmistificando a questão do favoritismo em relação à conquista do título.

Para Jesus, o FC Porto é o favorito

“Os favoritos são sempre os que ganham. O campeão é o FC Porto, que respeito, sem perder ambição. Também quero conquistar o título. Aqui não há outra história. É sempre para ganhar”, declarou, ciente do valor do adversário.

“A primeira ‘rodada’ é com um adversário que foi a surpresa do último campeonato. É mais um jogo difícil, mas queremos abrir com chave de ouro”, reagiu, abordando o choque da derrota com o PAOK.

“O aspecto psicológico e físico estão ligados. As vitórias são o alimento. Quando ganhas, nada está errado, os jogadores recuperam melhor. Esta equipa é jovem, com alguma experiência, e está a dar os primeiros passos. Mas vai crescer muito... as indicações dadas no treino foram muito boas. Vamos entrar confiantes, como quando chegámos à Grécia. A vida faz-se caminhando. Temos muitos objectivos para conquistar e, tal como os rivais, temos de começar pelo princípio”.

Em matéria de análise do adversário, Jesus admitiu que o Famalicão está mais bem documentado.

“Temos alguma desvantagem nesse campo. O Famalicão viu os jogos do Benfica e nós ainda não vimos os do Famalicão. Mas preparámos o jogo em função dos jogadores que  conhecemos. Tacticamente, há qualidade. Aliás, fico satisfeito por isso. É bom para o futebol português. Vai ser campeonato mais competitivo”, perspectivou, ainda sem certezas sobre a equipa a apresentar em Famalicão. 

“Os jogadores não são apenas testados à covid. Também são testados nos treinos. Este anos há uma vantagem em relação às outras épocas. Há cinco substituições: Mesmo que alguns que não estejam tão bem, podemos modificar”.

"O arrependimento não me passou pela cabeça"

O que não pode ser alterado é o golpe financeiro que a eliminação da Champions implicou e as respectivas consequências desportivas. Jesus lembra que o problema é eminentemente financeiro e não se arrepende de ter voltado ao Benfica e a Portugal.

“Quando tomamos decisões, são sempre de risco. A fasquia é alta. Vim com a convicção de que íamos ter tarefa difícil, mas que faríamos uma boa equipa. E o Benfica vai fazer uma equipa forte. O arrependimento nunca me passou pela cabeça”, declarou, antecipando um “futuro risonho”.

“Há um processo de evolução que demora, mas isso não serve de desculpa”, assume o técnico benfiquista, explicando que não pediu nem deverá chegar mais um avançado à Luz.

“Temos que ter um avançado que saiba atacar a última linha, atacar o espaço, puxar o jogo. O Vinícius e o Seferovic não têm essas características. Sabem jogar de costas, em função de cruzamentos, mas não sabem puxar o jogo”, explicou, depois de isentar o reforço uruguaio, com uma semana de integração.

“Não pedi um avançado. Estava a dizer que precisamos de um jogador com essas características. Aliás, estava determinado que não entraria mais nenhum jogador para o ataque. E não mudou nada”.

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