Covid-19: Mais três mortes e 605 infectados. DGS diz que casos nas escolas são situação “expectável”

Encontram-se internadas 482 pessoas, das quais 61 em unidades de cuidados intensivos. Há, neste momento, 19.220 casos activos e 44.528 recuperados em Portugal.

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Lisboa, Portugal Rafael Marchante/REUTERS

Portugal registou esta quarta-feira mais três mortes e 605 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,9%. Esta é a quinta vez, ao longo da última semana, que o país contabiliza mais de 600 novos casos em 24 horas. No total, contabilizam-se agora 1878 óbitos e 65.626 casos confirmados desde o início da pandemia.

Dos 605 novos casos, 290 (48%) foram registados em Lisboa e Vale do Tejo e 201 (33%) no Norte. O grupo etário que regista maior número de novos casos é o dos 30 aos 39 anos (18%), seguindo-se as pessoas entre os 40 e 49 anos (17%). Os dados constam do boletim epidemiológico desta quarta-feira divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Recuperaram da doença mais 166 pessoas relativamente ao dia anterior, contabilizando-se agora um total de 44.528 recuperados. Há, neste momento, 19.220 casos activos, mais 436 do que na terça-feira — depois de subtraído o número de recuperados e de óbitos ao total de infecções.

Encontram-se internadas 482 pessoas (mais quatro do que na terça-feira), das quais 61 em unidades de cuidados intensivos (mais duas do que no dia anterior).

As três mortes reportadas nas últimas 24 horas foram identificadas na região da capital e correspondem a três homens com mais de 80 anos — a faixa etária mais afectada pela covid-19 em termos de mortes. A taxa de letalidade global da covid-19 em Portugal é de 2,9%. Acima dos 70 anos, sobe para 14,3%, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa desta quarta-feira sobre a evolução da pandemia.

A zona do país com maior número de infecções é a região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista 33.587 casos acumulados desde o início da epidemia. Segue-se o Norte, com 23.729 casos; o Centro, com 5383 casos (mais 53 do que no dia anterior); o Algarve, com 1277 casos (mais 18); e o Alentejo, com 1217 casos (mais 42 nas últimas 24 horas). O arquipélago dos Açores mantém-se com um total de 240 casos de infecção e a Madeira contabiliza 193 infectados (mais um).

O Norte é a região com o maior número de mortes por covid-19, com um total acumulado de 859. A região de Lisboa e Vale do Tejo registou até esta quarta-feira 709 óbitos, seguindo-se o Centro, com 254 mortes, o Alentejo, com 22 óbitos, e o Algarve, com 19 mortes por covid-19. O arquipélago dos Açores mantém-se com 15 vítimas mortais por covid-19 e a Madeira não regista, até ao momento, nenhum óbito.

Há 290 surtos activos em Portugal

Neste momento há 290 surtos activos no país: 146 na região Norte, 20 no Centro, 95 em Lisboa e Vale do Tejo, 17 nos Açores e 11 no Alentejo.

Nos últimos sete dias, a taxa de incidência da doença foi de 39,7 casos por 100 mil habitantes, informou Marta Temido. Nos últimos 14 dias, esse valor situou-se nos 68 casos por 100 mil habitantes.

Entre 7 e 11 de Setembro, o Rt (rácio de transmissibilidade) foi de 1,15, o que equivale a cerca de 623 novos casos por dia. O valor mais alto foi registado no Alentejo (1,53) e o mais baixo no Algarve (1,1).

A ministra da Saúde informou ainda que, até esta quarta-feira de manhã, foram feitos 879 mil downloads da aplicação StayAway Covid. Até ao momento, 23 pessoas com teste positivo introduziram o respectivo código na aplicação, “alertando assim outros para o potencial risco de terem estado expostos”, destacou.

Casos de infecção nas escolas são situação “normal"

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou “normal” os casos de infecção que têm surgido em algumas escolas. “São os casos que estaríamos à espera porque temos o vírus a circular no nosso país. Neste momento não há nada de extraordinário a reportar”, indicou a directora-geral da Saúde.

“Tem havido alguns casos isolados. Alguns aconteceram até antes da abertura da escola. Isso é expectável, não estamos perante uma situação que não estivéssemos à espera”, destacou Graça Freitas na conferência de imprensa sobre a pandemia em Portugal.

Eventos de massas vão ter novo referencial

Sobre a lotação do Santuário de Fátima, Graça Freitas referiu que “a Direcção-Geral da Saúde (DGS) não sabe onde surgiu o número 55 mil”. “Não nos chegou nenhum pedido de parecer, nenhum plano de contingência, nenhuma planta do Santuário. Não nos parece expectável que seja possível ter 55 mil pessoas no Santuário” nas celebrações do 13 de Outubro, acrescentou, salientando que a DGS aguarda “poder colaborar, com diálogo e conversações”.

A directora-geral da Saúde anunciou ainda que será publicado um novo referencial sobre os eventos de massas. “Estamos a criar um novo grupo que fará uma proposta de um referencial sobre eventos de massas. Estamos numa nova fase da epidemia, numa nova fase da dinâmica do vírus, numa nova fase sazonal e também estamos numa nova fase do nosso conhecimento sobre o vírus”, enumerou Graça Freitas.

Por isso, “faz todo o sentido que seja criado um novo referencial sobre eventos de massas”, explicou. “Esse referencial depois será adaptado ao tipo de evento, ao tipo de circulação de pessoas nesse evento e obviamente à circunstância epidemiológica”, acrescentou a directora-geral da Saúde, afirmando não ter conhecimento de casos identificados que estejam directamente relacionados com esse tipo de eventos.

Período de isolamento é questão que está a ser estudada

Questionada sobre uma eventual diminuição do período de isolamento profiláctico (14 dias), Graça Freitas indicou que esta é uma situação que está a ser acompanhada. “Temos de ser muito cuidadosos”, destacou.

“Os dez dias são mais ou menos consensuais para as pessoas positivas. Mesmo os franceses, que encurtaram para sete dias em relação aos doentes, em relação aos contactos dos doentes testam ao sétimo dia e, eventualmente, se o teste for negativo, só libertam essa pessoa do isolamento ao décimo dia”, explicou a directora-geral da Saúde.

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