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De símbolos da globalização, “os aviões passaram a símbolos do confinamento”

©Tom Hegen
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Um dos primeiros sectores a colapsar, com a chegada da pandemia de covid-19, foi o da aviação. "Desde o início da aviação civil que pessoas e mercadorias são transportadas velozmente entre continentes. Mas esta teia intensiva de transporte também se traduz numa transmissão de doenças mais rápida do que nunca." Na opinião do fotógrafo alemão Tom Hegen, o autor desta The Lockdown Series, foi à boleia da globalização que o SARS-CoV-2 se propagou desde Wuhan até todas as partes do mundo, provocando uma paralisação da vida pública. "A pandemia do novo coronavírus pode ser encarada como um acto de vingança da natureza contra a globalização", sugere.

Aqueles que podem ser encarados como os glóbulos vermelhos do sangue da globalização, os aviões, foram forçados à paragem. E "de símbolos da globalização, passaram a símbolos do confinamento". O ensaio fotografico de Hegen, que integra o fotolivro Airports, editado pela alemã Hatje Cantz, explora, esteticamente, o congelamento da aviação e obriga à contemplação do objecto avião em terra. "Enquanto sociedade global, podemos aprender muito com esta crise", refere o também designer. "As redes de distribuição que foram suspensas podem ser reconsideradas. Talvez a produção possa ser trazida de volta aos países onde os produtos são vendidos. Devemos perguntar-nos se é necessário atravessar meio mundo para estar presente numa reunião ou se é possível realizá-la através de videoconferência."

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