Morreu o antigo Presidente do Mali, Moussa Traoré

Moussa Traoré chefiou o país de 1968 a 1991. O Mali vive mais um período de golpe e instabilidade, com a CEDEAO a conceder os 18 meses que a Junta militar no poder exigiu para fazer a transição para a dmeocracia.

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Moussa Traoré Wikipédia

O antigo Presidente do Mali, Moussa Traoré, morreu nesta quarta-feira, aos 83 anos. As causas da morte não foram divulgadas. 

“Estamos de luto”, confirmou o seu sobrinho, Mohamed Traoré, citado pela AFP.

Moussa Traoré, militar com a patente de tenente, foi o principal promotor do golpe de Estado de 19 de Novembro de 1968, que derrubou o Presidente Modibo Keïta, que chefiava o Mali desde a independência, em 1960.

Tornou-se Presidente da República um ano mais tarde e exerceu um poder mais de 22 anos. 

A morte de Moussa Traoré, que nos últimos anos era considerado uma “espécie de senador”, na explicação da DW-África, ocorre numa altura em que o Mali, após anos de crises, sofreu o quarto golpe de Estado desde a independência.

O país procura uma saída política desde 18 de Agosto, quando o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta foi forçado a demitir-se, na sequência de um motim militar. O Governo foi dissolvido, assim como o parlamento.

A coligação na oposição, M5-RFP, congratulou-se com o golpe militar e deu um voto de confiança ao Comité Nacional para a Salvação do Povo, criado pelos militares que assumiram o poder, no sentido de ser aberta “uma transição política civil”, como disse a formação em comunicado.

Porém, a Junta anunciou no sábado ter um plano de acção que preconiza a existência de um chefe de Estado e de um vice-presidente de transição escolhidos por um conselho escolhido pelos militares. Uma solução rejeitada pela oposição.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) dera às partes até esta quarta-feira para encontrarem uma solução para a transição política no país. Porém, a CEDEAO aceitou o prazo de 18 meses pedidos pela Junta no poder desde Agosto.  

“Nós, chefes de Estado e de Governo, tomamos nota de que a duração da transição política será de, no máximo, 18 meses, contados a partir de 15 de Setembro de 2020”, lê-se num comunicado da organização divulgado na madrugada desta quarta-feira.

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